domingo, 8 de julho de 2012

Eleições 2012 - O espirro dos outros

Rodolfo Juarez
Mesmo com tantas dificuldades, mesmo com muitos problemas e mesmo com a certeza de que pouco pode fazer, os políticos continuam brigando pelo lugar de prefeito na Prefeitura de Macapá, por um lugar de vereador na Câmara Municipal e, agora, por uma das vagas para exercer o juizado da paz, casando, regularizando uniões de pessoas, assinando papéis e papéis.
O que acontece se os que estão com essa função se dizem cansados, com dificuldades para desempenhar o seu papel, que tem pouco dinheiro para fazer uma boa administração?
Será que é gosto pelo sofrimento? Pela reclamação?
Acho que não!
Deve ser o gosto pelo desafio. Pela vontade de fazer e pela certeza de que pode fazer melhor.
Essa era o discursos de todos aqueles que assumiram há quadro anos, há oito anos, e mais tempo atrás.
Mas esses mesmos que chegaram com tanta vontade, fazendo tanta promessa, só se animam depois que vêem a animação daqueles que querem o seu lugar na prefeitura ou na câmara de vereadores.
E isso não acontece só aqui em Macapá.
Santana e os outros 14 municípios amapaenses estão com essa energia tomando conta dos candidatos.
Tomara que essa safra seja boa e que o eleitor possa escolher aqueles que estão dispostos a não reclamar e a trabalhar.
Trabalhar em uma prefeitura seja a de Macapá, a de Santana, ou a de qualquer outro município do Estado é um grande aprendizado, desde aquele que ocupa o cargo de prefeito, até aqueles que estão nos cargos de garis.
A prefeitura exige dedicação exclusiva de cada um dos funcionários e aquele que vai para lá imaginando que não vai trabalhar é melhor recolher-se, entregar o lugar e ficar do lado de fora, pois lá, na Prefeitura, seja ela de qual município for, é um “poço de exigências”.
Os municípios estão com os seus orçamentos públicos subdimensionados e com a responsabilidade dos seus gestores superdimensionados. Isso provoca um desencontro que faz os gestores virarem promesseiros e a confiar em parceiros.
Essas parcerias acabaram por encolher a importância dos municípios, todos eles, pois ficam na dependência dos recursos do Governo do Estado, imaginando que podem fazer isso pelo reconhecimento de necessidades.
Entretanto o gestor estadual observa que o gestor municipal não se cuida. Começa a fazer cálculos contando com recursos de outros e isso acaba não viabilizando os projetos que, ao invés de ser uma solução, transformando-se em problemas insolúveis, que exigem explicações que só vêm com ações que oneram o erário municipal.
Não fosse isso, uma porção de coordenadoria, de secretaria, de divisões, de chefias, em geral, não existiriam e os recursos estariam disponíveis para, por exemplo, equipar a secretaria de obras, recriar o serviço de estrada de rodagem, melhorar o serviço público, mas não, sobra apenas migalhas que não dá, sequer, para comprar o combustível que precisa a Administração para o dia-a-dia.
Os gestores precisam descobrir e definir, qual o verdadeiro tamanho da Prefeitura e, a partir daí, fazer o que tem que fazer não estar mais contando com o que pode sobrar do espirro dos outros.


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