quinta-feira, 5 de julho de 2012

O PASSAGEIRO DE AVIÃO - A SAIDA

Rodolfo Juarez
Está mais do que provado que viajar de avião, saindo de Macapá ou chegando a Macapá, não é solução para as questões da população, mesmo aquelas que podem pagar as passagens de preço exagerados que são cobrados pelas empresas aéreas.
O que é uma estratégia de marketing nas áreas mais densas do país se transformou em uma alternativa de lucro em regiões como Macapá que, sem contar com saída rodoviária, o avião passa a ser o veiculo mais adequado para sair ou chegar.
Já está na hora dos agentes públicos do Estado do Amapá reconhecerem que o modo oferecido atualmente para a população é injusto e não atende às condições econômicas dos que moram por aqui e precisam sair, seja pela razão que for.
Os estudos que, há mais de 20 anos mostraram a necessidade de contar com uma frota fluvial confiável, segura e regular para o transporte de passageiros, estão confirmados agora e necessitando serem atualizados para atender às necessidades da população.
O exemplo está ai na cara. Para quem precisa sair de Macapá, esta semana, por exemplo, terá que pagar até 20 vezes o valor do que, em algumas oportunidades, é oferecido, pelas mesmas empresas, aos mesmos passageiros.
Reativar o transporte fluvial entre Macapá e Belém e entre Macapá e outros sedes municipais dos municípios da Ilha de Marajó, principalmente, é uma necessidade.
Então, elaborar um plano diretor para atender essa logística é uma necessidade e tem o Governo do Estado essa responsabilidade.
A cada dia as dificuldades aumentam e basta comparar o preço da estação de passageiros do Aeroporto Internacional de Macapá, que supera os 100 milhões de reais, para se entender que o investimento no transporte fluvial pode ser a alternativa que vai responder à parcela mais pobre da população, aquela que está ficando sem qualquer condição de ir, por exemplo, a Belém.
Além do que haveria o aproveitamento da imensa margem do Rio Amazonas que deixa por conta da água – e apenas dela – as mudança que estão se observando nesse lado do Rio onde está Macapá e Santana, os dois maiores centros urbanos do Amapá.
Aliás, que em Santana, já está instalado e com grande sucesso, o Porto Organizado e Macapá, administrado por uma empresa municipal vinculada à Prefeitura de Santana, absolutamente rentável e apresentando perspectivas que se constituem, sempre, em referência de desenvolvimento a médio e longo prazo.
Uma frota dimensionada adequadamente para transporte de passageiro e carga poderá ser a solução para os problemas que a população enfrenta hoje, sentindo-se ilhada, sem qualquer chance de sair da cidade, devido os altos preços das empresas de aviação que sempre estiveram de constas para o Estado.
É o desafio.
Um estudo técnico bem feito atrairia empresas para operar o sistema através de contrato de concessão de serviço público, no mesmo molde em que as prefeituras de Macapá e Santana já usam para o transporte coletivo urbano e a Secretaria de Estado dos Transportes já usa no transporte coletivo intermunicipal.
A tecnologia, os levantamento estruturais, a funcionalidade, a logística podem ser obtidos através de uma simples chamada de licitação para elaboração do projeto e, em seguida, atrair as empresas que operariam o sistema, exatamente como acontece em outros centros, principalmente Manaus.
Quem tal pensar na parte mais pobre da população? Pode ser a saída!

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