terça-feira, 17 de julho de 2012

Os atrasos e as obras

Rodolfo Juarez
Os gestores estão demorando muito para decidir sobre questões importantes. E esse comportamento afeta, de forma direta, os resultados que, em regra, são alcançados fora, mais muito fora do prazo prometido ou, algumas vezes não são, sequer, alcançados.
Os atrasos gigantes para a conclusão das obras públicas são apenas exemplos de como está difícil administrar a coisa pública no Amapá, pois, não é possível que o mandatário e algum secretário, se conforme com esses atrasos que são comuns nas obras novas, naquelas que são entregues para recuperação e naquelas que são entregues apenas para uma leve restauração ou manutenção.
Os exemplos estão ai, espalhados pela cidade, chamando a atenção de todo mundo.
Estádio Zerão, Estádio Glicerão, anexo da Assembléia Legislativa, Prédio do Ministério Público, Hospital do Câncer, Shopping Popular, escolas, cais, canais de drenagem, muros de arrimo, vias urbanas, rodovias, uma lista infindável de obras, na capital e no interior do Estado, que estão desafiando a competência dos contratantes e a paciência dos contribuintes.
E o que falta?
Ninguém explica.
A situação já atravessa mandatos de governadores, prefeitos, deputados, senadores, dirigentes de órgãos, mostrando que a situação não decorre apenas das gestões atuais, mais é um sistema que está instalado, sabe lá a serviço de quem, emperrando tudo o que se desenha para o desenvolvimento do Estado.
Ate mesmo os projetos como: visão para todos, construção de moradias, água para todos em 2010, estão comprometidos pelo tempo.
Mudaram as pessoas, mas as dificuldades permaneceram e continuam desafiando aqueles que estão nos comandos das secretarias, dos departamentos, divisões, seções, superintendências, presidências, entre outros, que lá estão para evitar que isso aconteça.
Mas continua acontecendo e com os mesmos motivos levantados e com as autoridades dando as mesmas justificativas.
Aparentemente não há qualquer motivo que justifique esses atrasos na conclusão ou entrega das obras. Não pode ser pela falta de pagamento, pois, a própria legislação tem mecanismos para evitar que isso aconteça, não permitindo que uma obra comece sem que os recursos estejam garantidos.
Mas tem sido assim.
Mesmo com os recursos garantidos se tem notado que as obras não terminam no prazo anunciado nas placas e, certamente, habitando os contratos, se levado em consideração, são vencidos ao dobro, ao triplo, ao quádruplo. Isso é, não tem qualquer parâmetro possível que possa indicar as causas dos atrasos para o contribuinte.
E a engenharia, ciência básica para o desenvolvimento de uma obra nova ou não, seja ela qual for, é uma ciência exata, isto é, tem todas as possibilidades para não deixar que qualquer parte do projeto se prolongue de forma indefinida.
Mas por aqui, as coisas estão assim.
Um estudo com alguns projetos, apanhados de forma aleatória e de diversas partes da engenharia como: construção de edifícios, de rodovias, de vias, de cais, de pontes e de canais, sugere que os pontos críticos estão na administração das obras, que não estão sendo tratados conforme os parâmetros técnicos que estariam sendo substituídos pelos parâmetros políticos, sempre sensíveis às exigência do poder que o gestor exerce.
Enquanto isso a população fica obrigada a se ajustar ou assumir os prejuízos devido a falta que faz a obra inacabada.

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