domingo, 22 de julho de 2012

Transparência e os contratos de obras e serviços

Rodolfo Juarez
Os contratos que a administração pública do Estado do Amapá tem assinado nos últimos 15 anos, para execução de obras de engenharia e de serviços de engenharia dão a impressão que são aqueles que têm apresentado os resultados mais indesejados, se medidos pelos esqueletos de prédios, sem conclusão, que estão espalhados por toda a cidade de Macapá e outros diferentes centros urbanos do Estado, além de canais com obras paradas, de vias precisando ser completada, de rodovias esperando conclusão entre outros.
Nesse cenário o que dá para ver são os próprios esqueletos de prédios ou obras de infraestrutura por terminar, uma vez que o acesso aos documentos pelos contribuintes ainda é muito precário.
Mesmo com a Lei da Transparência, em vigor desde 2009 e a Lei de Acesso a Informação, em vigor desde maio deste ano, que definem regras claras e maneiras de expor, para todos, os dados públicos de cada unidade da administração pública, continua muito difícil de serem acessados, tanto pelos gestores, responsáveis pela assinatura do contrato ou pela execução desse contrato; ou pelo contribuinte, que precisa saber como está sendo aplicado o resultado do pagamento dos impostos que lhes tira mais de cinco meses do seu ganho anual.
Os gestores precisam se acostumar com a transparência dos documentos que assinam e dos instrumentos técnicos que podem orientar o contribuinte, acabando com o esconde-esconde de importantes informações que são públicas e que, também por isso, devem estar disponíveis na hora em que o cidadão precisar e não na hora em que o gestor quiser.
É importante que os processo completos de uma licitação, desde o documento que pede a abertura do processo administrativo, até o contrato assinado, estejam disponibilizados para todos e, junto com ele, todo o processo executivo do contrato, destacando os responsáveis pelo acompanhamento, pelo tamanho da medição e pelo processo de pagamento.
Colocando esses elementos nas mãos dos contribuintes, nos portais de transparência, o agente público contaria com a colaboração de tantos fiscais, quantos aqueles que se interessam pela obra, seja o motivo que for.
É evidente que continuarão havendo as necessidades de parar obra por um tempo, seja ele grande ou pequeno, mas que se conhecendo os motivos, fica muito mais fácil de entender o que está acontecendo. Até para que sejam feitas as cobranças de quem devem ser feitas.
Prédios como que se destina ao hospital de Santana, à Sede do Ministério Público, ao anexo da Assembléia Legislativa, ao Shopping Popular, ao Hospital Metropolitano, além de obras como a do Canal da Mendonça Júnior, Canal do Jandiá, Rodovia Norte-Sul, Rodovia Alceu Paulo Ramos, Rodovia BR-156, entre tantos outros, contariam como uma autoexplicação no próprio portal e por dedução daquele que teria os dados às mãos para a análise completa.
Bastava que houvesse no portal que está na internet os elementos básicos de uma obra: preço total, orçamento com preço unitário, prazo de execução e valor global. Além do cronograma de execução e da planilha de desembolso.
Não precisaria mais de nada e, certamente, todos estariam aptos a explicar os eventuais atrasos e as discrepâncias não seriam mais discrepâncias e sim, simples erros, aceitáveis, desde que se conheça aquele que errou, não para cobrá-lo os acréscimos, mas para que ele corrija-se, se não na obra em andamento, mas naquela que logo depois viria para ter a orientação daquele agente público.
Colocar os dados de uma obra na internet, além de ser um mecanismo de transparência, é um instrumento certo de combate à corrupção, o mal que só pode ser combatido se conhecido, com fidelidade, o corruptor e o corrupto.

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