segunda-feira, 23 de julho de 2012

Pentágono do Poder

Rodolfo Juarez
Fazia tempo que não se tinha por aqui umas férias de junho com a maioria dos sistemas administrativos atuantes e operantes.
O desgaste nas relações institucionais, maximizado durante o primeiro semestre deste ano, deixou os principais dirigentes dos Órgãos do Estado atentos ao que acontecia ao seu redor ou o que acontecia com eles.
Os níveis de tensão, entre os dirigentes dos principais órgãos do Estado do Amapá podem ser divididos, nesse período, em duas etapas: antes e depois da Operação Eclésia.
Não que a operação Eclésia tenha sido instrumento excepcional e que, por isso, tenha recebido o apoio da população, até muito pelo contrário, mas que a sua deflagração foi oportuna, isso foi, nem que tenha sacrificado apenas um vértice do pentágono do poder, quando, pelas contas da população, pelo menos 3 desses vértices deveriam constar da lista.
Mas mostrou o quanto ainda é preciso ajustar a administração pública no Amapá, que vem, ao longo dos anos, sendo rejeitada pelos órgãos de controle e contaminada, desde a menor das prefeituras, até ações importantes do Governo do Estado.
O recomeço teria que acontecer em algum momento.
Precisa ser um recomeço com, pelo menos, duas faces, uma da correção de caminhamento e outra de modernização da maneira de administrar.
A correção do caminho tem a contribuição dos tribunais de contas, das polícias judiciárias e do próprio judiciário; a modernização da maneira de administrar depende apenas dos administradores, isto é, eles têm que estar dispostos a mudar a sua maneira de entender a administração, além de construir verdadeiras barreiras protetivas para evitar que os “agentes infiltrados” continuem agindo e dando oportunidade para que os erros se repitam
Uma clara demonstração de que muitos ainda não estão preparados para essa nova fase é a resistência à disponibilização das informações de alguns desses órgãos que insistem no vício de continuar tratando o que público como se fosse particular e, especialmente, como se fosse de sua particular propriedade.
A impressão que se tem e que não dá para esperar que alguns desses dirigentes entendam que a transparência administrativa é uma obrigação do administrador e de qualquer um que trate do interesse público.
Alguns desses administradores, inclusive, têm dificuldades para se comportar como agentes públicos e se escondem das discussões e das decisões e quando as toma, não zela pela paridade, pela igualdade ou pelo interesse público.
Deixa apenas que um número restrito de “amigos” se locupletem do que é de todos, em uma clara falta do entendimento daquilo que assumiu o compromisso de zelar e se constituir defensor.
Não há mais tempo para esperar.
Ao que parece, a falta de tempo está bem clara nas novas diretrizes que são instituídas em órgãos de outros estados da Federação Brasileira.
Não podemos ficar à espera que as pessoas mudem e se redimam do mal que estão causando. É preciso que haja, de fora para dentro, ações objetivas, com orientações bem definidas, mesmo que causem impactos e que possam contraria as posições de alguns dos atuais dirigentes.
A moralidade não pode estar subjugada a qualquer outro argumento que funcione como elemento de proteção daqueles que insistem nos malfeitos. 

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