quarta-feira, 18 de julho de 2012

Obras Inacabadas

Rodolfo Juarez
As obras inacabadas além ser a comprovação de desperdício é o resultado de um plano mal feito ou de uma aventura que resulta em prejuízo para todos: o proprietário, o construtor e para aqueles que são os donos ou os destinatários dos resultados.
A cidade de Macapá e outras cidades do interior do Estado estão guardando alguns desses exemplos.
Aliás, maus exemplos, que estão a espera da ordem para que as obras sejam concluídas. São obras financiadas com recursos privados e com recursos públicos que são resultados desse cálculo mal feito ou dessa vontade mal conduzida.
O setor público é o que chama a atenção pelo volume de obras que estão marcando passo e outras com os serviços completamente paralisados. E são obras de setores importantes e diferentes que foram iniciadas com objetivos bem definidos e anunciadas como urgentes pelos gestores públicos, mas que, nem por isso, assim foram tratadas.
Os motivos, aparentemente, podem ser debitados para os eventuais desentendimentos políticos, mas certamente, não se trata só disso.
Serviços paralisados em obras significam prejuízos.
Prejuízos para todos: as empresas contratadas que fazem os seus planos para tocar a obra; os contratantes que destinam os recursos e, também, planejam a utilização do prédio ou da embarcação, ou da via ou da rodovia; dos trabalhadores que são dispensados e têm que reiniciar a sua rotina de buscar colocação em outra empresa, em outra obra e em outro tempo.
Também para a cidade fica o problema dos esqueletos, dos tapumes, das realidades que enfeiam e provocam a poluição visual e as reclamações das pessoas.
 A própria obra desperta a sensação de esperança de melhora de algum setor cidade, de algum atendimento à população ou de alguma oportunidade de emprego aos trabalhadores e quando paralisada, também frustra essa expectativa, deixando rastilhos que teimam a continuar queimando, como que avisando que ali está o resultado de um plano mal feito.
E os exemplos são muitos e tirando um de cada ente público local, ou instituição particular, já alimenta uma lista que poderia servir de estudo para identificar os principais pontos que estão provocando essas situações.
Algumas obras, quando do lançamento, tiveram tanta pompa, mas tanta pompa, que dava a impressão que não havia qualquer item em desfavor da obra. Mesmo assim essa obra parou, ao ponto de ser abandonada pela empresa que tinha o contrato e o que resta agora é um esqueleto abandonado.
Essa narração caberia para alguns dos prédios que estão, no momento, abandonados e, apenas a guisa de exemplo, lembramos quatro deles, mas outros, igualmente importantes e igualmente abandonados, podem entrar nessa lista de poluidores visuais e que atestam desperdício: a sede do Ministério Público, no Araxá; o anexo da Assembléia Legislativa, no Centro; o prédio do Hospital do Câncer, na zona norte; e o prédio do Shopping Popular, no Comércio.
Tratar essa questão de forma afastada da Administração Pública, objetivando encontrar os motivos que estão levando as pessoas a deixarem que isso aconteça, deve ser uma proposta interessante.
Não deve ser por desleixo, falta de dinheiro, irresponsabilidade, falta de planejamento, posicionamento político que isso está acontecendo. Deve ser por motivos desconhecidos e que precisam ser identificados que essas obras ficam como ficam, por tanto tempo e que não chamam a atenção daqueles que deveriam evitar que isso acontecesse.
Nem mesmo os fiscais da Administração Pública, tão atentos, dão a entender que não têm conseguido ver as obras inacabadas e muito menos os problemas que elas podem trazer para a sociedade.

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