terça-feira, 24 de julho de 2012

O secretário falou

Rodolfo Juarez
O secretário da infraestrutura, engenheiro Joel Banha, depois dos artigos da semana passada, dedicados todos à analisar as prováveis causas e as consequências decorrentes das obras públicas que se encontram paradas em todo o Estado do Amapá, coerentemente e conforme a sua própria conveniência, falou a repórter Barbosa Neto, sobre o estágio de algumas dessas obras e aquelas que estão em andamento, mas que ainda não entraram no rol de obras atrasadas.
O que chamou a atenção na fala do secretário Joel foi a forma passiva e demorada como o contratante (no caso o Governo) se posiciona para reagir aos atrasos provocados, entendidos unilaterais e que nascem no contratado (a empresa executora).
Informou durante a entrevista, por exemplo, que no caso do Estádio Estadual Milton de Souza Correa, a empresa contratada já teria recebido como punição, pelos sucessivos atrasos, o cancelamento da Ordem de Serviço para a empresa iniciar outra obra.
Aparentemente uma decisão correta, entretanto, em regra, os contratos não se comunicam a essa intensidade, ao ponto de um contrato influenciar no outro.
Uma análise administrativa (e os contratos são decisões de boa-fé administrativa) para cada obra a ser contratada uma regra é estabelecida, ainda mais quando são obras diferentes, com financiamentos específicos, como a que se realiza no Estádio Zerão, considerado uma obra especial, devido às diversidades funcionais a que se destina a obra.
Mesmo assim o secretário afirmou que o atraso na obra do Estádio Estadual já teria motivado o cancelamento da ordem de serviço de outra obra, ou seja, a empresa não estaria autorizada a começar a outra obra, já contratada, enquanto não cumprisse as cláusulas do contrato para os serviços no Zerão.
É, por outro lado, uma forma de pressão para que a empresa cumpra o seu compromisso, uma vez que o contratante é o mesmo, muito embora o objeto não.
Vendo do lado da obra do Estádio Zerão a atitude do contratante estaria correta, entretanto, vendo do lado da outra obra que tivera a ordem de serviço cancelada, pode ser mais uma obra que entra para o rol daquelas licitadas e não começadas e, se licitadas, começadas e paralisada, se constituindo em mais um item da já extensa pauta apresentada ao secretário Joel Banha.
Mas, pelo menos, o secretário falou.
E deu para perceber que procurou afirmar questões obvias, como aquelas diretamente relacionadas à secretaria que tem o seu comando e se abstendo de comentar obras, como por exemplo, a Rodovia Norte-Sul, que está sob a fiscalização da Secretaria de Estado dos Transportes.
Como são mais de 100 obras paradas, as referências do engenheiro Joel Banha não chegaram a 25 obras, isto quer dizer que mais de 75 deixaram de serem referidas, seja pelo tempo que dispunha ou pelas dificuldades que são diretamente inerentes àquelas obras que estão mais longe de Macapá ou apresentam mais dificuldades para engrenar no rumo da conclusão.
Pode ser também uma estratégia, pouco incomum, mas uma estratégia que está ligada ao período de execução dos serviços, ou seja, quanto mais demorar o Governo tem mais tempo para equipar e deslocar pessoal para administração e execução da finalidade do objeto do contrato.
Algumas desculpas continuam justificando posicionamentos que contrariam às promessas feitas à comunidade. É o caso do Shopping Popular que, além de ser alegado que não têm o projeto estrutural pronto, ainda são apontados como problemas a desapropriação dos prédios que estão ao lado do prédio e um novo item a ser cumprido: a licença do Iphan.
Nada comentou sobre o Canal da Mendonça Júnior, o Anexo da Assembléia, ou a Escola de Musica Walquíria Lima, entre outros.  

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