quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Ação e Responabilidade

Rodolfo Juarez
Apesar de não fazer parte de um plano onde o principal objetivo é seguir um rumo que possa melhorar a segurança dos passageiros, dos tripulantes, donos de embarcação e donos de cargas que usam o rio como via para deslocamento, a ação da Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos do Amapá, realizada na semana passada, pode ser considerada, se não um bom começo, pelo menos um começo para que haja mudanças no nível de risco para quem usa aquelas embarcações.
A sociedade esperava uma resposta mais firme, mais objetiva, mas não descartava a possibilidade de se ver ações tímidas, pouco construtivas e que não fizesse parte da rotina das autoridades da marinha que estão lotadas no Amapá, mais especificamente, no município de Santana.
É preciso mais e logo.
Apenas divulgar que foi alto o número de pessoas identificadas comandando as embarcações sem estar habilitada, só aumenta a desconfiança da população que precisar acreditar nas autoridades e ter a certeza de que, quando em viagem, está dentro de uma embarcação que conte com os requisitos mínimos que são exigidos para que a tranquilidade dos embarcados - passageiros e tripulantes - seja recuperada.
A blitz que apreendeu embarcações sem condições e deteve comandantes sem habilitação foi importante, mas confirma a insegurança que todos sabiam que havia no sistema e que não era atestado por quem de direito.
Ora, como deixar navegar uma embarcação que não tem qualquer referência técnica para ser conferida com os padrões de manobrabilidade e navegabilidade que estão disponíveis nos órgãos responsáveis pela fiscalização.
Os donos de embarcação serão os primeiros interessados em saber se a embarcação que colocou n’água e pela qual assume responsabilidade, pode ou não navegar ou precisa saber em qual condição pode ou não navegar.
Será que é tão difícil trabalhar um meio para que as embarcações tenham de onde sair, ou seja, dispor de um terminal de carga e passageiros, onde além de embarcar a carga, se saiba que carga é e quanto essa carga pesa; quantos passageiros são e se a embarcação está com as suas revisões em dias?
Um alerta daqueles que têm a responsabilidade de fiscalizar, para aqueles que têm a responsabilidade de cuidar da população, certamente encaminharia soluções definitivas para cada um dos problemas e devolveria a coragem para que todos enfrentem as dificuldades que estão identificadas e os riscos desnecessários que precisam ser eliminados.
O último acidente (que já não é mais o último) ocorrido no dia 12 de outubro deste ano, envolvendo embarcações com passageiros, durante o Círio Fluvial 2013, ainda está vivo na memória de cada um e não vai dissipar enquanto pelo menos um plano não for anunciado indicando que esse problema está sendo analisado, dando a esperança de que está sendo encaminhada uma solução.
Não é possível continuar ‘enrolando’ desse jeito. Afinal de contas os usuários das embarcações estão vendo o mês de dezembro se aproximar e, com ele, se aproxima a necessidade de viajar, seja para visitar pessoas no final do ano, ou simplesmente para voltar para as suas casas que só têm acesso pelo rio.
E por que desprezar o rio?
Porque deixar que essa dádiva divina não seja adequada para ser usada pela população com segurança e confiança?

Agir é a palavra! Responsabilizar-se o comportamento!

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