Rodolfo Juarez
Apesar
de não fazer parte de um plano onde o principal objetivo é seguir um rumo que
possa melhorar a segurança dos passageiros, dos tripulantes, donos de
embarcação e donos de cargas que usam o rio como via para deslocamento, a ação
da Marinha do Brasil, através da Capitania dos Portos do Amapá, realizada na
semana passada, pode ser considerada, se não um bom começo, pelo menos um
começo para que haja mudanças no nível de risco para quem usa aquelas
embarcações.
A
sociedade esperava uma resposta mais firme, mais objetiva, mas não descartava a
possibilidade de se ver ações tímidas, pouco construtivas e que não fizesse
parte da rotina das autoridades da marinha que estão lotadas no Amapá, mais
especificamente, no município de Santana.
É
preciso mais e logo.
Apenas
divulgar que foi alto o número de pessoas identificadas comandando as
embarcações sem estar habilitada, só aumenta a desconfiança da população que
precisar acreditar nas autoridades e ter a certeza de que, quando em viagem,
está dentro de uma embarcação que conte com os requisitos mínimos que são
exigidos para que a tranquilidade dos embarcados - passageiros e tripulantes -
seja recuperada.
A blitz
que apreendeu embarcações sem condições e deteve comandantes sem habilitação
foi importante, mas confirma a insegurança que todos sabiam que havia no
sistema e que não era atestado por quem de direito.
Ora,
como deixar navegar uma embarcação que não tem qualquer referência técnica para
ser conferida com os padrões de manobrabilidade e navegabilidade que estão
disponíveis nos órgãos responsáveis pela fiscalização.
Os
donos de embarcação serão os primeiros interessados em saber se a embarcação
que colocou n’água e pela qual assume responsabilidade, pode ou não navegar ou
precisa saber em qual condição pode ou não navegar.
Será
que é tão difícil trabalhar um meio para que as embarcações tenham de onde
sair, ou seja, dispor de um terminal de carga e passageiros, onde além de
embarcar a carga, se saiba que carga é e quanto essa carga pesa; quantos
passageiros são e se a embarcação está com as suas revisões em dias?
Um
alerta daqueles que têm a responsabilidade de fiscalizar, para aqueles que têm
a responsabilidade de cuidar da população, certamente encaminharia soluções
definitivas para cada um dos problemas e devolveria a coragem para que todos
enfrentem as dificuldades que estão identificadas e os riscos desnecessários
que precisam ser eliminados.
O
último acidente (que já não é mais o último) ocorrido no dia 12 de outubro
deste ano, envolvendo embarcações com passageiros, durante o Círio Fluvial
2013, ainda está vivo na memória de cada um e não vai dissipar enquanto pelo
menos um plano não for anunciado indicando que esse problema está sendo analisado,
dando a esperança de que está sendo encaminhada uma solução.
Não é
possível continuar ‘enrolando’ desse jeito. Afinal de contas os usuários das
embarcações estão vendo o mês de dezembro se aproximar e, com ele, se aproxima
a necessidade de viajar, seja para visitar pessoas no final do ano, ou
simplesmente para voltar para as suas casas que só têm acesso pelo rio.
E por
que desprezar o rio?
Porque
deixar que essa dádiva divina não seja adequada para ser usada pela população
com segurança e confiança?
Agir é
a palavra! Responsabilizar-se o comportamento!
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