TEIMOSIA
Rodolfo Juarez
É
preciso ficar claro que a obrigação e coletar, transportar e dar o destino
final para o lixo doméstico de uma cidade é do prefeito do município dessa
cidade. Para isso a população, que gera esse lixo doméstico, paga os tributos
municipais nas suas diferentes formas.
Pretender
transferir seja lá para quem for, a responsabilidade pela coleta, o transporte
e a destinação final do lixo doméstico é uma decisão que está na lista de
atribuições e iniciativas do gestor municipal.
Em
Macapá, a capital do Estado do Amapá, o problema da coleta, transporte e
destino final do lixo vem se constituindo em um embaraçado processo que desafia
os prefeitos, a paciência e a saúde dos moradores, que já parecem cansados de reclamar
e já não têm confiança naqueles que assumem a responsabilidade de resolver o
problema.
Já faz
mais de um ano que o setor da limpeza pública macapaense entrou em crise. Nesse
tempo os contratos de emergência não asseguraram qualidade e continuidade para
a realização daqueles serviços.
Ora,
quando a atual administração municipal assumiu a prefeitura no dia 1º de
janeiro de 2013 recebeu, com destaque, esse problema “no colo” já sabendo,
desde a transição, que a situação era delicada e precisava ser enfrentada com
urgência.
Pois
bem, estamos nos meados do décimo primeiro mês do ano e, até agora, ainda não
foi concluído o processo licitatório para escolha de uma empresa para realizar
aqueles serviços. Enquanto isso, a prefeitura paga, mensalmente, para uma
empresa realizar um serviço que não atende o padrão de qualidade mínimo e
mantém uma insegurança permanente para a administração e a empresa.
E a
administração segue sem ter condições de equipar-se para suprir as necessidades
emergenciais, alegando que precisaria de pessoal qualificado e equipamento
adequado que é caro para adquirir e manter.
Por
tudo isso o desgaste avança e, daqui a pouco, começam a surgir as marcas que
serão impossíveis de serem reparadas, uma vez que provocadas, principalmente,
pelo grau de insatisfação da população que, por mais compreensiva que seja, não
aceita esses erros, em sequencia, que dão margem para paralização do processo
de escolha de empresa.
O
assunto é demais sério para ser deixado pendente. Além disso, escancara as dificuldades
que a administração municipal tem para elaborar um edital e realizar uma
licitação onde não haja margem para que as decisões sejam atacadas pelos que se
sentem prejudicados.
O lixo
amontoado nas ruas continua sendo um problema da prefeitura. Não cabe a
justificativa de que o processo foi parado pelo Judiciário. Afinal de contas
esses erros não podem se repetir tanto, pois, pelo menos no casso da coleta de
lixo domiciliar, se trata de um assunto que tem implicações na saúde da
população, no aspecto da cidade e no grau de satisfação do povo.
O erro
foi detectado e o único jeito é assumir a responsabilidade pela correção e
logo, e rápido.
Quando
mais tempo passar sem a definição da empresa que vai coletar o lixo da cidade,
mas frágil fica a confiança da população nos administradores, uma situação que
não é desejada por ninguém, pois, nesse clima, as soluções parecem mais
complicadas e as ações mais propícias às dúvidas.
O erro
faz parte da rotina de todos aqueles que agem, mas continuar errando indica que
além do erro há viés de descuido, desleixo e pouco caso ou teimosia.
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