quinta-feira, 21 de novembro de 2013

DESCUIDADOS COM O PRESENTE, DESLEIXADOS COM O PASSADO.
Rodolfo Juarez
Afinal de contas o que é que as pessoas estão entendendo como cultura, conhecimento, cidadania, responsabilidade, conceito, respeito por aqueles que foram responsáveis por grande do que a sociedade dispõe hoje?
Tomara que os acessórios não estejam colocados, definitivamente, nos lugares do essencial, distorcendo tudo aquilo que é bom ficar registrado definitivamente na memória da população, que está vendo algumas das principais referências de outrora se transformarem em referência secundárias na formação das pessoas e, até mesmo, na estruturação do modo de vida.
Duas referências da história do Brasil não foram tratadas dessa forma por ninguém aqui pelo Amapá, que se mostra muito preocupado com a atualidade, como se ela fosse maravilhosa e não precisasse de comparação com aqueles que possibilitaram o Brasil chegar onde chegou e o Amapá vingar como vingou, mesmo que as condições ainda não sejam as desejadas.
Foram poucas, pouquíssimas as referências feitas à Proclamação da República, mesmo que tenhamos tido a oportunidade de comemorar ou refletir sobre aquele acontecimento no dia 15 de novembro.
Pois bem, nem nas escolas, públicas ou privadas, de ensino infantil ou ensino universitário, trataram do assunto, disseram o que representa para o Brasil de hoje o que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889, quando alguns brasileiros decidiram romper com o sistema daquela época e proclamar uma república para o Brasil.
O Brasil de hoje, conforme delineado na Constituição Federal de 1988, tem como fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político, sustentados por uma máxima que nos dá certeza de que temos condições de ser felizes, quando todos concordam, mesmo os mandatários, de que o poder emana do povo que o exerce por meio de representantes eleitos.
Essa condição foi uma conquista e para chegar até ela, nossos antepassados tiveram que ser corajosos, arrojados e visionários.
Dizer isso para as crianças, para os jovens que terão que assumir o Amapá e, de resto, o Brasil é a responsabilidade de todos, mas, principalmente, daqueles que, voluntariamente, se dispuseram a assumir cargos públicos, pagos pelo povo, para preparar os nossos futuros dirigentes – os educadores.
É preciso resgatar o bom sentimento de ser brasileiro e isso só é possível expondo as referências que a Nação tem sem deixar qualquer oportunidade passar, com essa do dia 15 de novembro.
Não é preciso esperar pela Copa do Mundo para gritar “Brasil”.
Não é preciso esperar pelas conquistas esportivas e como tal efêmeras, para que se enalteça o povo brasileiro. Esse povo tem as suas âncoras bem fincadas e que, nesse momento, parece que estão esquecidas pelos educadores que se mostram descuidados com o presente e desleixados com o passado.
Não é possível os estudantes de o Amapá saírem de suas respectivas escolas, independentemente do ano que estejam, e saibam apenas que o dia 15 de novembro é feriado, mas não sabe porque.
O que estão fazendo os professores responsáveis por dar essa informação aos alunos?
O que estão tratando em sala de aula, nos grupos de estudo, pois não é possível que não haja motivação ou conhecimento para informar os alunos o motivo pelo qual o dia 15 de novembro é feriado?
Já foi assim com o 7 de setembro, com o 13 de setembro, agora com o 15 e o 19 de dezembro, e, certamente, assim será com o 1º de dezembro.
Essas datas fazem parte do que era chamado Calendário Cívico, de obrigatório conhecimento de todos, mas que agora, nem os principais guias pelo calendário se interessam.

Uma vergonha!

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