DESCUIDADOS COM O PRESENTE, DESLEIXADOS COM O PASSADO.
Rodolfo Juarez
Afinal
de contas o que é que as pessoas estão entendendo como cultura, conhecimento,
cidadania, responsabilidade, conceito, respeito por aqueles que foram responsáveis
por grande do que a sociedade dispõe hoje?
Tomara
que os acessórios não estejam colocados, definitivamente, nos lugares do
essencial, distorcendo tudo aquilo que é bom ficar registrado definitivamente
na memória da população, que está vendo algumas das principais referências de
outrora se transformarem em referência secundárias na formação das pessoas e,
até mesmo, na estruturação do modo de vida.
Duas
referências da história do Brasil não foram tratadas dessa forma por ninguém
aqui pelo Amapá, que se mostra muito preocupado com a atualidade, como se ela
fosse maravilhosa e não precisasse de comparação com aqueles que possibilitaram
o Brasil chegar onde chegou e o Amapá vingar como vingou, mesmo que as
condições ainda não sejam as desejadas.
Foram
poucas, pouquíssimas as referências feitas à Proclamação da República, mesmo
que tenhamos tido a oportunidade de comemorar ou refletir sobre aquele
acontecimento no dia 15 de novembro.
Pois
bem, nem nas escolas, públicas ou privadas, de ensino infantil ou ensino
universitário, trataram do assunto, disseram o que representa para o Brasil de
hoje o que aconteceu no dia 15 de novembro de 1889, quando alguns brasileiros
decidiram romper com o sistema daquela época e proclamar uma república para o
Brasil.
O Brasil
de hoje, conforme delineado na Constituição Federal de 1988, tem como
fundamentos a soberania, a cidadania, a dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, o pluralismo político, sustentados
por uma máxima que nos dá certeza de que temos condições de ser felizes, quando
todos concordam, mesmo os mandatários, de que o poder emana do povo que o
exerce por meio de representantes eleitos.
Essa
condição foi uma conquista e para chegar até ela, nossos antepassados tiveram
que ser corajosos, arrojados e visionários.
Dizer
isso para as crianças, para os jovens que terão que assumir o Amapá e, de
resto, o Brasil é a responsabilidade de todos, mas, principalmente, daqueles
que, voluntariamente, se dispuseram a assumir cargos públicos, pagos pelo povo,
para preparar os nossos futuros dirigentes – os educadores.
É
preciso resgatar o bom sentimento de ser brasileiro e isso só é possível
expondo as referências que a Nação tem sem deixar qualquer oportunidade passar,
com essa do dia 15 de novembro.
Não é
preciso esperar pela Copa do Mundo para gritar “Brasil”.
Não é
preciso esperar pelas conquistas esportivas e como tal efêmeras, para que se
enalteça o povo brasileiro. Esse povo tem as suas âncoras bem fincadas e que,
nesse momento, parece que estão esquecidas pelos educadores que se mostram
descuidados com o presente e desleixados com o passado.
Não é
possível os estudantes de o Amapá saírem de suas respectivas escolas,
independentemente do ano que estejam, e saibam apenas que o dia 15 de novembro
é feriado, mas não sabe porque.
O que
estão fazendo os professores responsáveis por dar essa informação aos alunos?
O que
estão tratando em sala de aula, nos grupos de estudo, pois não é possível que
não haja motivação ou conhecimento para informar os alunos o motivo pelo qual o
dia 15 de novembro é feriado?
Já foi
assim com o 7 de setembro, com o 13 de setembro, agora com o 15 e o 19 de
dezembro, e, certamente, assim será com o 1º de dezembro.
Essas
datas fazem parte do que era chamado Calendário Cívico, de obrigatório
conhecimento de todos, mas que agora, nem os principais guias pelo calendário
se interessam.
Uma
vergonha!
Nenhum comentário:
Postar um comentário