domingo, 24 de novembro de 2013

Retirando os ciscos

RETIRANDO OS CISCOS
Rodolfo Juarez
O dia a dia de uma administração precisa ser realimentado de motivação todos os dias, nem que seja para que o mundo exterior possa sentir as modificações que são naturais, pessoais e necessárias.
Perceber isso é muito difícil, principalmente quando a relação se fundamente em princípios que são diversos daqueles que são adotados na gestão pública e na orientação profissional, mais, ainda, o que se lhes são exigidos quando se trata do interesse público.
Claro que desde o começo desta administração do PSB José Ramalho, fiel soldado do partido, era esperado como o secretário de estado do Planejamento Orçamento e Tesouro. Afinal de contas o preparo técnico e a experiência administrativa indicavam exatamente isso.
Mesmo assim, foi convencido a aceitar a Presidência da Companhia de Eletricidade do Amapá – CEA, uma empresa em dificuldades extremas e tendo como alternativas de solução, a federalização ou a caducidade.
Chegou sabendo que nenhuma das duas saídas apresentadas agradava quem quer que fosse. Ainda estavam nos ouvidos dos amapaenses, os apelos, tão frequentes na campanha de 2010, que se sustentavam em expressões como: “a CEA é nossa” ou “a CEA é patrimônio do povo amapaense”.
Duas verdades incontestáveis. O que não fora dito, entretanto, que esses apelos eram rótulos de uma empresa em vias da falência, com uma defasagem no balanço patrimonial que superava um bilhão de reais.
Pois foi lá que José Ramalho foi parar! E não deixou de prestar a contribuição que pode, mesmo, em algumas oportunidades, dando a impressão que se enganara com os dados que lhe havia recebido ainda no período da transição de governo, em 2010.
Os anos de 2011 e 2012 foram, ao mesmo tempo, de muito trabalho e de muitas desculpas, algumas destas sem qualquer fundamento e, até necessidade, a não ser as que tinham o propósito de ganhar tempo para, então, trazer a realidade da empresa ao conhecimento da população.
No final, deixou a Presidência da empresa entregue ao representante do novo dono, incumbido de continuara o trabalho e de receber, por inteiro, a empresa.
Enquanto isso os governistas viam a aproximação da eleição de 2014 e o surgimento dos adversários, alguns com capacidade de disputa e outros apenas com vontade de experimentar uma candidatura em 2014.
Juliano, ocupado na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Tesouro, tinha que dividir o tempo, já escasso, entre a secretaria e a preparação da campanha, inclusive no sentido de aparar algumas arestas dentro do partido do governador, o PSB.
Sopa no mel: sai Juliano, da Seplan (Secretaria de Orçamento e Tesouro), para assumir a novíssima Segov (Secretaria de Governo) onde, mais livre, poderia cuidar dos interesses políticos do governador, entre eles, algumas alianças que são consideradas fundamentais para viabilizar a campanha de 2014.
Esse novo arranjo para o Governo do Estado realimentou os ânimos, pois, agora, acreditam que podem evitar, antes de ser tornarem públicos, os erros cometidos e que vinham preocupando a todos os que fazem o PSB e que precisam assumir as rédeas das negociações.

A ordem agora é trabalhar para que não haja qualquer cisco no caminho da administração, porque já está claro que o modelo de gestão tem encontrado dificuldade para ser compreendido pela população, ou para alcançar os resultados que foram planejados e que fazem parte dos planos do governo.

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