RETIRANDO OS CISCOS
Rodolfo Juarez
O dia a
dia de uma administração precisa ser realimentado de motivação todos os dias,
nem que seja para que o mundo exterior possa sentir as modificações que são
naturais, pessoais e necessárias.
Perceber
isso é muito difícil, principalmente quando a relação se fundamente em
princípios que são diversos daqueles que são adotados na gestão pública e na
orientação profissional, mais, ainda, o que se lhes são exigidos quando se
trata do interesse público.
Claro
que desde o começo desta administração do PSB José Ramalho, fiel soldado do
partido, era esperado como o secretário de estado do Planejamento Orçamento e
Tesouro. Afinal de contas o preparo técnico e a experiência administrativa indicavam
exatamente isso.
Mesmo
assim, foi convencido a aceitar a Presidência da Companhia de Eletricidade do
Amapá – CEA, uma empresa em dificuldades extremas e tendo como alternativas de
solução, a federalização ou a caducidade.
Chegou
sabendo que nenhuma das duas saídas apresentadas agradava quem quer que fosse.
Ainda estavam nos ouvidos dos amapaenses, os apelos, tão frequentes na campanha
de 2010, que se sustentavam em expressões como: “a CEA é nossa” ou “a CEA é
patrimônio do povo amapaense”.
Duas
verdades incontestáveis. O que não fora dito, entretanto, que esses apelos eram
rótulos de uma empresa em vias da falência, com uma defasagem no balanço
patrimonial que superava um bilhão de reais.
Pois
foi lá que José Ramalho foi parar! E não deixou de prestar a contribuição que
pode, mesmo, em algumas oportunidades, dando a impressão que se enganara com os
dados que lhe havia recebido ainda no período da transição de governo, em 2010.
Os anos
de 2011 e 2012 foram, ao mesmo tempo, de muito trabalho e de muitas desculpas,
algumas destas sem qualquer fundamento e, até necessidade, a não ser as que
tinham o propósito de ganhar tempo para, então, trazer a realidade da empresa
ao conhecimento da população.
No
final, deixou a Presidência da empresa entregue ao representante do novo dono,
incumbido de continuara o trabalho e de receber, por inteiro, a empresa.
Enquanto
isso os governistas viam a aproximação da eleição de 2014 e o surgimento dos
adversários, alguns com capacidade de disputa e outros apenas com vontade de experimentar
uma candidatura em 2014.
Juliano,
ocupado na Secretaria de Planejamento, Orçamento e Tesouro, tinha que dividir o
tempo, já escasso, entre a secretaria e a preparação da campanha, inclusive no
sentido de aparar algumas arestas dentro do partido do governador, o PSB.
Sopa no
mel: sai Juliano, da Seplan (Secretaria de Orçamento e Tesouro), para assumir a
novíssima Segov (Secretaria de Governo) onde, mais livre, poderia cuidar dos
interesses políticos do governador, entre eles, algumas alianças que são
consideradas fundamentais para viabilizar a campanha de 2014.
Esse
novo arranjo para o Governo do Estado realimentou os ânimos, pois, agora,
acreditam que podem evitar, antes de ser tornarem públicos, os erros cometidos
e que vinham preocupando a todos os que fazem o PSB e que precisam assumir as
rédeas das negociações.
A ordem
agora é trabalhar para que não haja qualquer cisco no caminho da administração,
porque já está claro que o modelo de gestão tem encontrado dificuldade para ser
compreendido pela população, ou para alcançar os resultados que foram
planejados e que fazem parte dos planos do governo.
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