Rodolfo Juarez
Os
prefeitos municipais dos municípios do Estado do Amapá não têm sido poupados
pelos adversários políticos e pela população. Tem sido desprezados pela maioria
dos “padrinhos” políticos, principalmente os dirigentes partidários, mas
continuam sendo contados como importante cabo eleitoral para as eleições
regionais.
Nesse
momento cada prefeito, seja do pequeno, médio o grande município do Estado recebe
o paparico dos candidatos a governador, senador, deputado federal e deputado
estadual, seja para atender questões da futura campanha eleitoral, seja para a
troca de favores inconfessáveis, alguns coberto sobre o manto da parceria.
Recentemente
um dos candidatos a governador, muito ligado a um prefeito municipal de um dos
municípios amapaenses, demonstrou a sua definição do que identifica como
parceria. Os aliados do atual governador do Estado, não gostaram de definição e
passaram a apresentar as suas (deles) próprias definições, deixando claro que,
parceria tem que ter mão dupla e tem que ser material, tendo como principal
“moeda” o voto nas urnas.
Acontece
que muitas das dificuldades vividas pelos gestores municipais são decorrentes
da falta de definição do papel de cada qual: governador e prefeito. Não é
porque um tem a função específica de cuidar da cidade, que o outro não tenha a
função complementar.
Para
que isso se torne uma realidade organizada não é preciso que os dois tirem
fotos juntos, mas que os dois tenham um programa que se complementem. Nada pode
ficar a mercê da boa vontade, ou da má vontade, de um ou de outro.
Pobres
como estão e sobrecarregados de serviço, os municípios, assumem o polo
hipossuficiente da relação, ficando dependente, na maioria das vezes, do “bom
relacionamento pessoal” entre o governador e o prefeito. Uma situação que não
contribui para os interesses da população, mas é fundamental para os interesses
pessoais de uma das partes ou o interesse partidário de um dos grupos políticos.
Aqui no
Amapá as questões de dependência são ainda mais evidentes, pois, até agora, os
políticos ainda não entenderam a linguagem da população. No máximo entendem a
linguagem dos seus partidários, correligionários ou aliados, dividindo o que
faz entre o mérito de quem manda e o demérito de quem quer mandar.
Essa
disputa de “quem manda” com “quem quer mandar” vem prejudicando as conquistas
sociais e fazendo com que “quem manda” tenha como sua principal estrutura a
Secretaria de Comunicação, com projetos ambiciosos de incutir na cabeça do povo
de que a verdade é aquela que defende e, não só isso, apenas aquela.
O tempo
passa e o mesmo tempo consome o mandato e o mandatário, que sempre sai muito
mais experiente em brigas e em “engolir sapo”, mesmo reconhecendo os traidores
entre aqueles dos quais se cercou.
O
resultado chega à população em migalhas e/ou atrofiados pelo tempo, seja pela
demora injustificável, seja pela espera angustiante.
Seria
bem mais fácil que as instituições executoras definissem o que vão fazer em um
plano comum. Para isso não é preciso tirar foto, não é preciso fazer “café da
manhã” ou chamar coletiva de imprensa para demonstrar união. Essa, a união,
todos estão sabendo que se trata de oportunismo eleitoral e que não tem união.
Dessa forma
a população, que precisa cobrar, tem como alvo principal o prefeito, seja de
Macapá, Santana, Laranjal ou de qualquer outro município. É sempre ele o
culpado, chegando a não perceber que as forças do estado, muito maiores, se
recolhem tendo como cortina de proteção, as forças do município.
Chega
ser até ser desesperador, pois, afinal de contas, além de não contribuir, ainda
usa a frágil força municipal como escudo de proteção.
O fraco
acaba sendo o grande protetor do forte. O poderoso coloca o frágil para fazer a
sua defesa e na hora que quiser sai como “salvador da pátria” e asfaltando
algumas ruas, fazendo algumas casas, sem esquecer em aumentar a sua frequência
na mídia.
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