quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

O efeito Zerão

Rodolfo Juarez
É possível que o governador Camilo tenha percebido a importância dos investimentos em obras no Amapá, depois das possibilidades que viu abrir-se com a reabertura do Estádio Estadual Milton de Souza Correa.
Deixando de lado os exageros propagados pelos arautos inconsequentes, ficou claro que, mesmo correndo riscos políticos, a questão eleitoral tem chances de avançar satisfatoriamente, desde que seja dosado o assunto, tanto para não irritar a fiscalização eleitoral, como para acalmar aquele que precisam agradar o “chefe”, mesmo que para isso tenha que esconder os erros que os outros e eles mesmos cometem.
O futebol, como o carnaval, tem um grande número de pessoas que estão dispostas a cooperar, fazendo funcionar o meio que lhe é colocado à disposição.
O que passa a impressão é que os gestores estaduais ficaram - ou se sentem - reféns dessas duas atividades que são eminentemente sociais, mas, desde quando o setor público, para participar com primazia, se dispõe a gastar dinheiro público, e muito dinheiro público, na execução daquelas atividades, encruando as iniciativas dos dirigentes do carnaval e do futebol e privilegiando a mediocridade ou aqueles que são oportunistas e querem fazer meio de vida de uma atividade social, baseada no prestígio e na honraria.
Como no carnaval e no futebol, as outras manifestações sociais também só acontecem ser receberem o mesmo tratamento: com os festivais que são realizados conforme a época ou conforme a disposição deste ou daquele dirigente.
Mas voltando para o ponto principal, basta prestar a atenção para a falta que faz a conclusão da obra do Canal da Mendonça Júnior, do Shopping Popular, do Complexo Beira Rio (etapa da frente da Residência Oficial), do Píer 2 do Orla do Bairro Santa Inês, do Hospital do Câncer, de melhoria das rodovias estaduais Duca Serra e JK.
Deixar essas obras como estão prejudicam o resultado das outras, quando o munícipe é levado a observar apenas os pontos negativos, como são muitos, encobrem os pontos positivos, deixando todo mundo aborrecido, inclusive o governador. O secretário para agradar, ou mudar o clima, prefere dizer para “não dar ouvidos”, pois, os que reclamam “são da oposição”.
Basta lembrar que todos (ou a maioria), da “oposição” ou da “situação”, moram na mesma cidade e sentem os mesmos problemas ou convivem com esses mesmos problemas, com uma diferença básica: a “oposição” vê o lado ruim da bondade; e a “situação” e os “aliados”, destacam o lado bom da maldade.
O exemplo do Estádio Estadual, que foi reaberto na sexta-feira passada, dia 15, só não terá efeito positivo se o local tiver, outra vez, desvio de finalidade, ou seja, por exemplo, colocando no Estádio um Batalhão da Polícia Militar, um guarnição do Corpo de Bombeiros Militar, uma repartição da Secretaria de Esporte e Lazer, ou outra qualquer atividade, inclusive não governamental.
O Estádio Estadual tem as suas dependências preparadas para dar conforto àqueles que vão lá ver os jogos de futebol ou as competições relacionadas, mas apenas isso e lá deve estar apenas administração do próprio estádio, não para ser vigia, mas com poder de decidir questões importantes e que tenham referência com a sua finalidade.

Tomara que o governador tenha percebido isso e, além de dar continuidade à obra e terminar o que falta, também entenda, ele e seus auxiliares, que ali é um local para realização de competições oficiais, nem que para isso tenha que cobrar dos responsáveis pela Federação de Futebol, um calendário para fazer com que o uso, além de ser racional, seja pleno.

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