Rodolfo Juarez
Quando
se fecha um contrato é preciso que esse contrato contenha todas as variantes
possíveis e imagináveis que cercam ou derivam do objeto e assegurem que os
resultados e as variações sejam bons para todos.
Desde o
começo foram visíveis os erros cometidos pelos que negociam, em nome dos
acionais e, em consequência, da população, a federalização da companhia de
eletricidade do Amapá.
Inicialmente
a preocupação era negar a possibilidade da entrega da empresa, pertencentes aos
acionistas amapaenses, para a Eletrobrás. A dívida que empresa acumulava e
tinha a obrigação de pagar, não tinha como prioridade o pagamento. O tempo
passava e a CEA entrava na “casa do sem jeito”.
Os
donos da empresa, o Estado e mais cinco municípios amapaenses, através do
acionista majoritário – o Governo do Estado -, assumiu a responsabilidade pela
negociação e começou, mas começou a usar retóricas para encobrir o tipo de
negócio que estava fazendo e negando que entregaria a Companhia para a estatal
da União, para que fosse evitada a caducidade.
Dos
males o menor. Se os anéis teriam que ir para que ficassem os dedos, então que
fossem os anéis.
Mas
isso não foi dito para a população. Ao contrário, foi criado uma cortina sustentada
por ações bem populistas, como as do tipo, “a CEA é nossa” que não rendeu
qualquer dividendo, mas encobriu as ações negociais que eram realizadas,
sequenciadamente, a maioria mantida em sigilo e, por conseguinte, longe das contribuições que
poderiam ser dadas pelos verdadeiros donos – o contribuinte.
Não
ficou no contrato qualquer cláusula que garantisse ao consumidor, que nada
tinha a ver com a insolvência da empresa, a não ser aqueles pontos que foram
assumidos através dos seus representantes, os deputados estaduais, que
autorizaram o Executivo a fazer um empréstimo, arranjando pelo próprio governo
central, junto à Caixa Econômica Federal, de um bilhão e quatrocentos milhões
de reais.
Feito o
empréstimo e pagas as primeiras parcelas, a empresa e sua administração foram
entregues à Eletrobrás.
Não se
pode dizer que havia desconhecimento por parte da direção da empresa, durante
as negociações, de uma defasagem tarifária que precisava ser recuperada. Os
dirigentes da empresa sabiam, mas não propuseram no contrato, clausulas
defensivas que preservasse contra o absurdo que hoje está se praticando contra
os consumidores.
Não
resta dúvida que aumentar quase 30% na tarifa que vinha sendo praticada, sob a
alegação de grande defasagem acumulada durante os tempos da inadimplência, não
é uma conduta que se louve, tanto aos atuais dirigentes como aqueles que
fizeram a desastrosa transição até a federalização.
Agora
estão ai os consumidores pagando duas contas: uma referente às parcelas do
empréstimo de um bilhão e quatrocentos milhões, que até agora ainda não se tem
a estimativa a quanto vai alcançar (provavelmente 4,3 bilhões de reais); e
outra referente ao maior aumento de qualquer serviço ou fornecimento praticado
em todo o país: 29% na base da tarifa que vinha sendo praticada até novembro do
ano passado.
As
contas de dezembro estão chegando aos consumidores e, cada um, já percebeu o
quando estão “intimados” a contribuir, mensamente, com os prejuízos acumulados
que atingiram fornecedores, fundo de garantia e previdência social, entre
outras contas da Companhia de Eletricidade do Amapá.
Nesse
negócio da CEA ninguém se deu bem, a não ser os novos dirigentes da empresa que
estão, no papel que todos os outros estiveram: dirigindo uma empresa que cobra
tudo dos seus consumidores, mas que, nem por isso, lhe garante qualquer
melhoria no fornecimento de energia ou no tratamento aos consumidores que
continuam sendo maltratados e acuados pela empresa.
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