Rodolfo Juarez
Os
bastidores dos partidos políticos continuam em ebulição. Na medida em que se
aproxima o mês de abril - primeiro marco importante do calendário eleitoral -,
mais nervosos ficam aqueles que esperam contar nas suas fileiras com este ou
aquele filiado, ou mesmo, a confirmação da candidatura daqueles que estão
exercendo cargos públicos que precisam da desincompatibilização para continuar
no páreo.
Negociações,
convencimentos, oportunidade, visão política, são elementos que estão na moda
nesse período para que se consolidem as candidaturas até o mês de junho,
quando, ai sim, serão conhecidos os candidatos e, em consequência, a primeira
avaliação de sucesso ou insucesso da estratégia escolhida.
As
eleições de 2014 têm, no período das convenções, um concorrente de peso: a Copa
do Mundo.
Dois
dias depois de começar o período das convenções (10 de junho) começa a Copa do
Mundo e a seleção brasileira e que estará fazendo a abertura do torneio.
Pelo
menos no dia 12 de junho as atenções para a Copa estarão mais forte do que as
atenções para as convenções.
A
primeira fase, a de grupos, termina no dia 26 de junho. Desde o dia 12, quando
o Brasil joga a sua primeira partida, até o dia 26, todos os dias, tem jogo pela
Copa e esse período é o mais forte para o fechamento das coligações. A primeira
folga do futebol é de um dia, o dia 27 de junho, uma sexta-feira.
No dia
28 começam as oitavas de final, que vai até o dia 1º de julho.
Observe
que, nesse ponto da competição futebolística mundial já terminou o período das
convenções partidárias, que ocorre no dia 30.
O que
se observa?
Ora, as
lideranças e as direções partidárias terão, necessariamente, que dividir a
atenção entre as duas importantes ocorrências simultâneas: as convenções
partidárias e a copa do mundo.
O jogo
decisivo da copa está marcado para o dia 13 de julho, um domingo, ou seja,
nesse dia já todos os candidatos aos cargos de governador, vice-governador,
senador, deputado federal e deputado estadual já terão que ter pedido o
registro de suas candidaturas e já devem ter, em mãos, o deferimento da
candidatura ou um recurso para guerrear contra o indeferimento ao Tribunal.
Candidatos
e dirigentes partidários terão que dividir as atenções ou os dias. Aliás, os dias
poderão ser divididos em duas partes, pois, os jogos só começam depois das
treze horas.
A
última copa do mundo havida no Brasil ocorreu em 1950, há 64 anos, pelo menos
aqui no Amapá não temos noticia de que algum dos dirigentes ou dos candidatos
atuais tenha vivido a experiência de 1950.
Não
adianta imaginar que vai poder conduzir o trabalho partidário, principalmente
das convenções, sem a influência direta do futebol, pois se o dirigente ou
candidato não se liga no futebol, o eleitor, pelo menos a imensa maioria, vai
prestar muita atenção nas seleções que estarão disputando a copa.
A
contribuição do futebol, este ano, para as eleições, pode ser positiva ou
negativa, basta que os dirigentes partidários e os candidatos sejam mais ou
menos atentos ao sistema que terá, pelo menos, duas equações complicadas para
resolver, pois as duas têm incógnitas no emocional do brasileiro.
Quando
mais planejada a utilização do tempo no período da copa do mundo, menos
problemas serão acumulados para o período pós-copa, que é o mesmo período da
campanha eleitoral, que terá direta influência dos resultados obtidos pela
seleção brasileira.
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