Rodolfo Juarez
A uma
semana da apresentação das escolas de samba do Amapá na competição do
Sambódromo, os organizadores ainda estão mexendo, ou prometendo mexer, na forma
de avaliação que vai definir quais as escolas que mudarão de grupo para o
carnaval de 2015.
O
anúncio deste “ajuste”, mesmo que definido pelos poderes da própria instituição
que é formada pelas escolas samba, precisa ser muito bem avaliado, pois, outros
agentes privados e públicos, aderiram ao projeto e estavam certos de que não
haveria mais alteração - por mais simples que fosse -, nas regras que estavam
aprovadas.
A
decisão que foi tomada pelos que têm a responsabilidade sobre o resultado do
evento está arriscando todas as conquistas feitas até agora. Mesmo que seja
para atender a uma situação inadiável da instituição, altera o que foi ficou
subtendido tacitamente às instituições participantes, mas também o que ficou
explicito nos contratos feitos com os patrocinadores, especialmente aquele
firmado com as instituições públicas – Governo do Estado e Prefeitura do
Município de Macapá – que já repassaram dinheiro público para a realização do
evento.
A
intimidade da organização e os motivos que certamente têm os dirigentes da
entidade que é responsável pelas apresentações das escolas, avaliação do
desempenho e a classificação final, devem ser fortes e terem justificativas
robustas para arriscar, com tanta intensidade, a credibilidade do evento.
Uma das
questões que precisa ser esclarecido é se os patrocinadores, entre eles o
Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá, sabiam que havia uma pendência a
ser definida e que influenciaria não só no carnaval de 2014, mas também, no
carnaval de 2015, com a mudança de paradigmas decisivos para a classificação
das escolas.
Imaginar
que o assunto só interessa para o Carnaval e, mais precisamente, aos dirigentes
do desfile dos dias 28 de fevereiro e 1º de março, é minimizar demais a
importância dos compromissos assumidos pelas escolas e a própria liga.
Se os
patrocinadores sabiam que havia essa pendência, então também sabiam dos riscos
que poderia correr. Se tudo está explicito no contrato de patrocínio, então não
há o que acrescentar. Agora, se os patrocinadores não sabiam, há de se entender
que a medida que altera as regras da competição, inclusive diminuindo o número
de escolas que caem para o grupo de acesso ou desse grupo, sobem para o grupo
especial, agride violentamente, o bom senso e deixa aberta a exibição a má-fé.
Será
que se os patrocinadores soubessem dessa pendência teriam assumido a
responsabilidade pelo patrocínio que foi negociado entre eles e os
organizadores do evento?
Será
que os gestores do dinheiro público não sentiram necessidade de analisar,
detalhadamente, o projeto que foi apresentado para a tomada de decisão?
O fato
é que muitos dos que integram a entidade que assumiu a responsabilidade pela
organização e execução do carnaval não estão satisfeitos com a mudança, criando
um ambiente de desconfiança, inclusive entre dirigentes de escolas que estão
prontas para participar dos desfiles, conforme a regra dos outros anos e que
lhes tinha sido dado conhecimento.
Quando
as regras mudam, em cima da hora, mas que são para melhorar o espetáculo,
ninguém reclama, mas quando acontece o que está acontecendo, com prejuízos
morais e materiais, para, pelo menos, três escolas, então isso não pode
prosperar e deve ser corrigido imediatamente, antes que de enfraqueça o evento
na sua principal sustentação: as próprias escolas.
Ninguém
acredita que se trata uma manobra para favorecer esta ou aquela escola, mas é
exatamente essa possibilidade que está povoando a imaginação de alguns
dirigentes, de todos os patrocinadores, dos brincantes e dos observadores.
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