terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

BR-156: Trecho sul

Rodolfo Juarez
A construção de uma estrada seja federal, estadual ou municipal, não depende apenas da disponibilização do dinheiro para a obra, mas de um projeto que precisa ser discutido, considerando todos as elementares constitutivas da obra e que considere todas as intervenientes que se tem que enfrentar no trecho.
Estou ouvindo algumas pessoas falar que agora o trecho sul da BR-156 vai sair. Claro que é importante a decisão política, mas é preciso que os técnicos estejam dispostos a conhecer todo o trecho, que passa por localidades que estão sujeitas a proteção ambiental.
É lógico que para superar esses entraves é preciso que todos os estudos de impacto ambiental estejam bem estudados e que, nesse estudo, possa ser ancorado o Relatório de Impacto Ambiental que terá que ter a aprovação das populações que serão afetadas: exploradores e índios.
Não adianta querer se sustentar em estudos antigos, feitos há mais de 10 anos, pois, nessa época, ainda não estavam definidas algumas das regras de proteção da floresta, da fauna e da flora, que vão desde os locais de onde serão feitos os empréstimos para a construção da obra, até aqueles lugares onde serão instaladas as usinas e os barracões de apoio ao pessoal que vai atuar na construção.
A diretriz definida para o tramo sul da BR-156 e que se encontra na Secretaria de Transportes, tem grandes chances de precisar ser refeito, não só para encurtar a distância, eliminando curvas e cabeceiras de rios, como também para servir de suporte para identificar as comunidades que serão afetadas pelo trecho.
É claro que, nesse momento, há a vontade de se trabalhar em “toque de caixa”, porque o secretário e, o Governador, precisa dar respostas às perguntas que são feitas pelos agentes públicos responsáveis pela preservação ambiental, como também para as comunidades indígenas ou não, que serão afetadas pela obra.
Esse período agora, o período de chuva, é o melhor para fazer as picadas, através de aparelhos, utilizando ou não, o moderno apoio dos satélites, entretanto, não é possível dispensar os profissionais que estarão locando as picadas, pois, não raro, aqui e acola, são encontradas barreiras intransponíveis que não são percebidas pelo satélite.
O Governo do Amapá já tem vários exemplos no encolhimento de seu plano de obras por não considerar pontos importantes que estão fora do alcance da decisão local. A Rodovia Norte Sul, de pouco mais de 6 quilômetros, está empacada exatamente porque as autoridades entenderam que se tratava de um “galho fraco” as pendências existente, mas encontraram um barreira que está impedindo a continuação da obra.
Ninguém discute a importância do trecho sul da BR-156. É claro que o desenvolvimento dos municípios de Laranjal do Jari e de Vitória do Jari, dependem, fundamentalmente, da estrada pronta. Mesmo assim a estrada enfrentará problemas por causa das peculiaridades.
Para dimensionar o custo da obra é necessário que se tenha o projeto pronto e observados todos os detalhes, inclusive com relação aos empréstimos de material que terão que ser feito para a construção da estrada e não adianta querer passar uma informação que não corresponda a verdade. Adotar uma medida desse porte seria prejudicar todos os que estão atualmente à frente do Governo.
O secretário Bruno Mineiro e o governador Camilo Capiberibe precisam estar seguros para iniciar as obras, pois, estrada, antes de ser uma obra política é uma obra técnica de importância singular para todos.

Ninguém precisa estar propagando coisas que sabe que não poderão ser feitas ou obras que não sairão do papel. Os exemplos estão aqui mesmo no Amapá.

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