Rodolfo Juarez
A
construção de uma estrada seja federal, estadual ou municipal, não depende
apenas da disponibilização do dinheiro para a obra, mas de um projeto que
precisa ser discutido, considerando todos as elementares constitutivas da obra
e que considere todas as intervenientes que se tem que enfrentar no trecho.
Estou
ouvindo algumas pessoas falar que agora o trecho sul da BR-156 vai sair. Claro
que é importante a decisão política, mas é preciso que os técnicos estejam
dispostos a conhecer todo o trecho, que passa por localidades que estão
sujeitas a proteção ambiental.
É
lógico que para superar esses entraves é preciso que todos os estudos de
impacto ambiental estejam bem estudados e que, nesse estudo, possa ser ancorado
o Relatório de Impacto Ambiental que terá que ter a aprovação das populações
que serão afetadas: exploradores e índios.
Não
adianta querer se sustentar em estudos antigos, feitos há mais de 10 anos,
pois, nessa época, ainda não estavam definidas algumas das regras de proteção
da floresta, da fauna e da flora, que vão desde os locais de onde serão feitos
os empréstimos para a construção da obra, até aqueles lugares onde serão
instaladas as usinas e os barracões de apoio ao pessoal que vai atuar na
construção.
A
diretriz definida para o tramo sul da BR-156 e que se encontra na Secretaria de
Transportes, tem grandes chances de precisar ser refeito, não só para encurtar
a distância, eliminando curvas e cabeceiras de rios, como também para servir de
suporte para identificar as comunidades que serão afetadas pelo trecho.
É claro
que, nesse momento, há a vontade de se trabalhar em “toque de caixa”, porque o
secretário e, o Governador, precisa dar respostas às perguntas que são feitas
pelos agentes públicos responsáveis pela preservação ambiental, como também
para as comunidades indígenas ou não, que serão afetadas pela obra.
Esse
período agora, o período de chuva, é o melhor para fazer as picadas, através de
aparelhos, utilizando ou não, o moderno apoio dos satélites, entretanto, não é
possível dispensar os profissionais que estarão locando as picadas, pois, não
raro, aqui e acola, são encontradas barreiras intransponíveis que não são
percebidas pelo satélite.
O
Governo do Amapá já tem vários exemplos no encolhimento de seu plano de obras
por não considerar pontos importantes que estão fora do alcance da decisão
local. A Rodovia Norte Sul, de pouco mais de 6 quilômetros, está empacada
exatamente porque as autoridades entenderam que se tratava de um “galho fraco”
as pendências existente, mas encontraram um barreira que está impedindo a
continuação da obra.
Ninguém
discute a importância do trecho sul da BR-156. É claro que o desenvolvimento
dos municípios de Laranjal do Jari e de Vitória do Jari, dependem,
fundamentalmente, da estrada pronta. Mesmo assim a estrada enfrentará problemas
por causa das peculiaridades.
Para
dimensionar o custo da obra é necessário que se tenha o projeto pronto e
observados todos os detalhes, inclusive com relação aos empréstimos de material
que terão que ser feito para a construção da estrada e não adianta querer
passar uma informação que não corresponda a verdade. Adotar uma medida desse
porte seria prejudicar todos os que estão atualmente à frente do Governo.
O
secretário Bruno Mineiro e o governador Camilo Capiberibe precisam estar
seguros para iniciar as obras, pois, estrada, antes de ser uma obra política é
uma obra técnica de importância singular para todos.
Ninguém
precisa estar propagando coisas que sabe que não poderão ser feitas ou obras
que não sairão do papel. Os exemplos estão aqui mesmo no Amapá.
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