Rodolfo Juarez
Os
amapaenses, mesmo não tendo os bônus prometidos para as cidades sedes dos jogos
da Copa do Mundo, certamente vão arcar com os ônus da competição, seja de forma
direta, com as manifestações de rua, ou de forma indireta com as alegações dos
custos da copa quando terminar a competição.
Ainda
está na memória dos amapaenses a quantidade de esperanças que foi deixada aqui
pelo ex-presidente Lula. Ele vendeu a ilusão, juntamente com o então ministro
dos Esportes, de que Macapá poderia ser base de uma das seleções que vêm
disputar o torneio mundial no Brasil.
Visitas
ao estádio estadual, fotos com o presidente, o ministro, o governador e o
presidente da federação batendo bola no meio do mundo e uma carrada de
promessas que colocou em linha, com o pouco ativo secretário de estado da
infraestrutura, uma empresa especializada em produção de maquetes e um
marqueteiro treinado em vender ilusões.
A
maquete do estádio estadual veio parar aqui, no Amapá. Trouxe todos os truques
do moderno processo eletrônico, que mostrava como ficaria o estádio lotado ou
vazio e como chegariam os torcedores ao estádio, ou como os torcedores
deixariam o estádio, indo buscar os seus carros em um estacionamento cheio de
árvores e iluminado ou aqueles que prefeririam os modernos ônibus para o
transporte coletivo, usando o bilhete único, tudo com todos felizes, mesmo
quando o seu time perdesse.
O fato
é que o sonho virou pesadelo e o estádio estadual, por quase oito anos ficou
fechadinho, fechadinho, sem servir para nada e a tão cantada linha do equador,
que divide o campo de jogo, saiu de moda, deixou de ser falada e não foi mais
lembrada em qualquer discurso feito por qualquer das autoridades.
O
estádio que fora construído em oito meses, levou para ser reformado, oito anos,
a um custo superior ao da construção.
Nem
mesmo a pista olímpica que, várias vezes foi anunciada como comprada e paga,
está no lugar e a informação de que estaria metade em Macapá e outra metade nos
armazéns da Companhia Docas do Pará, em Belém, foi dada pelo próprio secretário
de infraestrutura do Estado, quando assinava por aquela secretaria o engenheiro
Joel Banha.
Como
vai ficar outro lado da cobertura prometida e que estava na tal maquete
iluminada? A maquete deve estar guardada em algum lugar? O projeto, nem isso
tem.
E os
acessos, o estacionamento, as catracas eletrônicas?
E o
bilhete único, as passagens mais em conta para os espetáculos? Onde estão?
Quem
prometeu isso deveria ser cobrado agora. Impedido de comparecer em outra
solenidade, com outro presidente e novamente prometer.
Vamos
começar, outra vez, onde tudo parou!
Os
vestiários, prometidos de moderna concepção, são os mesmos. Os sanitários
vaporizados, também prometidos, ficam na conta das ilusões.
Vamos
continuar com o mesmo Estádio, nas mesmas condições, que se não for
corretamente mantido, estará, outra vez iniciando a sua volta ao passado, sendo
usado para todos e para tudo, sem qualquer zelo, seja nas instalações ou no
gramado.
Daqui a
pouco, como está acontecendo no Sambódromo e no Monumento do Marco Zero, com a
desculpa de dar ocupação para o “espaço ocioso”, poderá estar sendo utilizado
por uma repartição, por uma associação, ou seja, lá pelo que for, sem respeitar
a finalidade para com a qual foi concebido e com as mais diferentes desculpas
que “justificam” as medidas.
Tomara
que os dirigentes administrativos compreendam que o Estádio Estadual não é uma
repartição pública e sim um palco com fins bem definidos e com objetivos que
devem ser perseguidos pelos que têm essa incumbência.
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