quinta-feira, 6 de fevereiro de 2014

Macapá merece mais

Rodolfo Juarez
Depois de 256 anos os agentes públicos, bem pagos pela contribuinte, demonstraram que ainda não tem o jeito para declarar respeito à cidade e seu povo.
Fazer uma festa para “meia-dúzia” não pode ser considerado uma evento que acenda o ânimo da população para o trabalho organizado, coletivo e solidário que deve ser feito pelas autoridades e a população.
Não está certa a entrega dessa imensa responsabilidade para uma entidade privada, localizada no centro e elitizada que, pela sua própria natureza, afasta o povo de perto das comemorações.
O aniversário de uma cidade, de uma coletividade, de uma população, precisar ter a participação dessa população. Mais uma vez foi colocada uma barreira entre as comemorações e a população. Uma barreira constituída de toneladas de preconceito, montes de defesas e os altares para aqueles vão precisar do voto daqui oito meses.
Entendemos que a associação que assume a responsabilidade pela festa não tem culpa nenhuma. Ela acaba fazendo o único evento que lembra o aniversário da cidade. Muito pouco para um povo que é um verdadeiro visionário, acreditando nas suas próprias forças, enfrenta as dificuldades de agora, sabendo que mais tarde, pode contar com a recompensa de todo esse esforço.
Os dirigentes públicos, principalmente os municipais, devem ser mais audaciosos, acreditar que o povo quer participar e está disposto a colaborar. Já não se conforma com a festa para um pequeno grupo.
Os que têm acompanhado as comemorações dos últimos anos observam que, ao invés de evoluir o evento, mais ele se encolhe e, com isso, torna-se repetitivo e sem qualquer escape para outros pontos da cidade.
Depois como pedir para a população de Macapá para deixar vivo o sentimento de respeito às autoridades que deveriam organizar um evento cada vez maior?
Como evitar que as questões oficiais sejam esquecidas, desprestigiadas e descoloridas pela falta de compreensão da população que só ganha, cada vez mais, responsabilidades e nenhuma consideração?
Esse momento era para ser entregue à população novas oportunidades, novas regras, novos serviços e novos sustentáculos para a reclamada estrutura urbana e social da cidade e de sua população.
O aniversário de uma cidade não é o aniversário de um filho ou uma filha, de um amigo ou de uma amiga, onde as comemorações se concentram naquele momento e, principalmente, no momento dos “parabéns”.
A população espera que no dia do aniversário da cidade sejam anunciadas medidas que possam melhorar a modo de vida da população, a acessibilidade comum de todos, reavivando a esperança e entregando os elementos que a população precisa para confiar nos gestores da cidade e do município.
A festa seria uma consequência.
Fazer apenas a festa, do modo que é feita, como se fosse o elemento principal das comemorações e o objeto fim, não serve para nada, inclusive desmotiva a população que sabe que se trata apenas de um show. Fraco, mas um show.
A população quer mais.
Aliás, a população não quer isso.
Isso ela vê todos os dias, ou pelo menos, de vez em quando. A banalização prejudica a valoração do evento, o significado da festa e o desenvolvimento do compromisso que cada um deve ter com a cidade, seu povo e os próprios dirigentes.

Que no dia 4 de fevereiro de 2015 se tenha, pelo menos, um motivo para festejar, além do bolo, dos discursos e das auto-homenagens. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário