Rodolfo Juarez
Depois
de 256 anos os agentes públicos, bem pagos pela contribuinte, demonstraram que
ainda não tem o jeito para declarar respeito à cidade e seu povo.
Fazer
uma festa para “meia-dúzia” não pode ser considerado uma evento que acenda o
ânimo da população para o trabalho organizado, coletivo e solidário que deve
ser feito pelas autoridades e a população.
Não
está certa a entrega dessa imensa responsabilidade para uma entidade privada,
localizada no centro e elitizada que, pela sua própria natureza, afasta o povo
de perto das comemorações.
O
aniversário de uma cidade, de uma coletividade, de uma população, precisar ter
a participação dessa população. Mais uma vez foi colocada uma barreira entre as
comemorações e a população. Uma barreira constituída de toneladas de
preconceito, montes de defesas e os altares para aqueles vão precisar do voto
daqui oito meses.
Entendemos
que a associação que assume a responsabilidade pela festa não tem culpa nenhuma.
Ela acaba fazendo o único evento que lembra o aniversário da cidade. Muito
pouco para um povo que é um verdadeiro visionário, acreditando nas suas
próprias forças, enfrenta as dificuldades de agora, sabendo que mais tarde,
pode contar com a recompensa de todo esse esforço.
Os
dirigentes públicos, principalmente os municipais, devem ser mais audaciosos,
acreditar que o povo quer participar e está disposto a colaborar. Já não se
conforma com a festa para um pequeno grupo.
Os que
têm acompanhado as comemorações dos últimos anos observam que, ao invés de
evoluir o evento, mais ele se encolhe e, com isso, torna-se repetitivo e sem
qualquer escape para outros pontos da cidade.
Depois
como pedir para a população de Macapá para deixar vivo o sentimento de respeito
às autoridades que deveriam organizar um evento cada vez maior?
Como
evitar que as questões oficiais sejam esquecidas, desprestigiadas e
descoloridas pela falta de compreensão da população que só ganha, cada vez
mais, responsabilidades e nenhuma consideração?
Esse
momento era para ser entregue à população novas oportunidades, novas regras,
novos serviços e novos sustentáculos para a reclamada estrutura urbana e social
da cidade e de sua população.
O
aniversário de uma cidade não é o aniversário de um filho ou uma filha, de um
amigo ou de uma amiga, onde as comemorações se concentram naquele momento e,
principalmente, no momento dos “parabéns”.
A
população espera que no dia do aniversário da cidade sejam anunciadas medidas
que possam melhorar a modo de vida da população, a acessibilidade comum de
todos, reavivando a esperança e entregando os elementos que a população precisa
para confiar nos gestores da cidade e do município.
A festa
seria uma consequência.
Fazer
apenas a festa, do modo que é feita, como se fosse o elemento principal das
comemorações e o objeto fim, não serve para nada, inclusive desmotiva a
população que sabe que se trata apenas de um show. Fraco, mas um show.
A
população quer mais.
Aliás,
a população não quer isso.
Isso
ela vê todos os dias, ou pelo menos, de vez em quando. A banalização prejudica
a valoração do evento, o significado da festa e o desenvolvimento do
compromisso que cada um deve ter com a cidade, seu povo e os próprios
dirigentes.
Que no
dia 4 de fevereiro de 2015 se tenha, pelo menos, um motivo para festejar, além
do bolo, dos discursos e das auto-homenagens.
Nenhum comentário:
Postar um comentário