Rodolfo Juarez
O
Partido dos Trabalhadores no Estado do Amapá continua sendo adversário de si
mesmo e tendo dificuldade para convencer o eleitor amapaense a equilibrar o
tamanho do partido com a sua real capacidade para eleger os seus candidatos.
Atualmente
cinco facções são identificadas na conjuntura do PT, com algumas delas tendo
muitas dificuldades para, pelo menos dizer, que é formada por filiados petistas
e que todos integram a mesma sigla.
As eleições
internas do ano passado que levaram Joel Banha à presidência do partido não
conseguiu uni-lo, apesar da vontade inicialmente demonstrada pelo novo
presidente, como também pela condição que detêm dentro da atual estrutura do
governo, onde tem o cargo de vice-governador ocupado pela filiada Dora
Nascimento que, teoricamente, teria chances de reagrupar o partido ou, pelo
menos, aproximar as facções que estão mais distantes.
Aparentemente
não vem conseguindo realizar o que, para alguns, seria uma verdadeira façanha.
A pizza
petista está dividida em cinco partes e cada um delas tendo o carimbo de uma
importante figura do partido, algumas tradicionais ou outras novatas que vão,
pouco a pouco, conquistando os seus espaços.
Os
“carimbos” mais notados são colocados por Joel Banha, atual presidente do
partido e deputado estadual, ocupando vaga deixada por deputados do PSB que
deverão voltar, o mais tardar, em março deste ano. Joel Banha tem como certo o
seu nome na lista de candidatos na disputa de uma das 24 vagas na Assembleia
Legislativa.
Outro
cacique petista que conta com o seu carimbo é a deputada federal Dalva
Figueiredo, que tem transito livre na direção nacional do partido e que já foi
governadora do Estado. Era quem dava as cartas no partido até antes da eleição
do ano passado que elegeu Joel Banha. Dalva Figueiredo deve ser candidata à
reeleição ao cargo de deputada federal.
O
cacique Antônio Nogueira, depois de cumprir por dois mandatos o cargo de
prefeito de Santana e que já foi deputado federal pelo PT, tem a expectativa de
ser candidato à Câmara Federal, acreditando na gordura eleitoral que tem em
Santana e por aqui, em Macapá.
Ao
contrário dos três referenciados: Joel Banha, Dalva Figueiredo e Antônio
Nogueira, que fazem parte da primeira turma do partido, a professora Marcivânia
Flexa é sangue novo, com novas ideias e que foi surpreendida pelos resultados
das duas últimas eleições quando chegou a sentir o cheiro da vitória, mas não
pode sentar no trono dos cargos que se candidatou. Chegou a assumir o cargo de
deputada federal, mas foi substituída pela candidata do PSB depois que houve a
liberação do registro daquela candidatura; e quanto, até cinco dias antes da
eleição para prefeita de Santana, sabia que estava em primeiro lugar, apareceu
o candidato do PTB e convenceu melhor os eleitores santanenses.
O
professor Marcos Roberto, que foi candidato em 2010, não se elegeu e aceitou o
cargo de Secretário de Estado da Segurança Pública, como recompensa pela
aliança formada para as disputas do cargo de governador do Estado. É um dos
poucos auxiliares do primeiro escalão do governador do Amapá que continua,
desde o primeiro dia do atual governo e, na eleição interna do PT do ano
passado, saiu fortalecido, tendo obtido mais de 20% dos votos e, por isso, com
direito de participar da direção do partido.
Os dois
últimos, a professora Marcivânia Flexa e o professor Marcos Roberto mostram-se
atentos às discussões do partido, pois, como a professora Dalva Figueiredo, quer
ser considerada em qualquer das alianças que venha fazer o PT com qualquer
outro partido.
Na
eleição de 2010 o Partido dos Trabalhadores, mesmo elegendo uma filiada para o
cargo de vice-governadora, uma deputada federal e um suplente de senador, ficou
fora da composição do legislativo estadual, resultado considerado ruim na
avaliação feita pelo partido e que querem retomar na eleição deste ano.
O
eleitor já demonstrou que não gosta de divisão interna de qualquer partido e os
candidatos aos cargos eletivos sabem que só os filiados não têm os votos
suficientes para eleger um filiado, resta atualizar o discurso para não ficar
fora dos cargos.
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