domingo, 9 de fevereiro de 2014

O PT do Amapá e suas divisões

Rodolfo Juarez
O Partido dos Trabalhadores no Estado do Amapá continua sendo adversário de si mesmo e tendo dificuldade para convencer o eleitor amapaense a equilibrar o tamanho do partido com a sua real capacidade para eleger os seus candidatos.
Atualmente cinco facções são identificadas na conjuntura do PT, com algumas delas tendo muitas dificuldades para, pelo menos dizer, que é formada por filiados petistas e que todos integram a mesma sigla.
As eleições internas do ano passado que levaram Joel Banha à presidência do partido não conseguiu uni-lo, apesar da vontade inicialmente demonstrada pelo novo presidente, como também pela condição que detêm dentro da atual estrutura do governo, onde tem o cargo de vice-governador ocupado pela filiada Dora Nascimento que, teoricamente, teria chances de reagrupar o partido ou, pelo menos, aproximar as facções que estão mais distantes.
Aparentemente não vem conseguindo realizar o que, para alguns, seria uma verdadeira façanha.
A pizza petista está dividida em cinco partes e cada um delas tendo o carimbo de uma importante figura do partido, algumas tradicionais ou outras novatas que vão, pouco a pouco, conquistando os seus espaços.
Os “carimbos” mais notados são colocados por Joel Banha, atual presidente do partido e deputado estadual, ocupando vaga deixada por deputados do PSB que deverão voltar, o mais tardar, em março deste ano. Joel Banha tem como certo o seu nome na lista de candidatos na disputa de uma das 24 vagas na Assembleia Legislativa.
Outro cacique petista que conta com o seu carimbo é a deputada federal Dalva Figueiredo, que tem transito livre na direção nacional do partido e que já foi governadora do Estado. Era quem dava as cartas no partido até antes da eleição do ano passado que elegeu Joel Banha. Dalva Figueiredo deve ser candidata à reeleição ao cargo de deputada federal.
O cacique Antônio Nogueira, depois de cumprir por dois mandatos o cargo de prefeito de Santana e que já foi deputado federal pelo PT, tem a expectativa de ser candidato à Câmara Federal, acreditando na gordura eleitoral que tem em Santana e por aqui, em Macapá.
Ao contrário dos três referenciados: Joel Banha, Dalva Figueiredo e Antônio Nogueira, que fazem parte da primeira turma do partido, a professora Marcivânia Flexa é sangue novo, com novas ideias e que foi surpreendida pelos resultados das duas últimas eleições quando chegou a sentir o cheiro da vitória, mas não pode sentar no trono dos cargos que se candidatou. Chegou a assumir o cargo de deputada federal, mas foi substituída pela candidata do PSB depois que houve a liberação do registro daquela candidatura; e quanto, até cinco dias antes da eleição para prefeita de Santana, sabia que estava em primeiro lugar, apareceu o candidato do PTB e convenceu melhor os eleitores santanenses.
O professor Marcos Roberto, que foi candidato em 2010, não se elegeu e aceitou o cargo de Secretário de Estado da Segurança Pública, como recompensa pela aliança formada para as disputas do cargo de governador do Estado. É um dos poucos auxiliares do primeiro escalão do governador do Amapá que continua, desde o primeiro dia do atual governo e, na eleição interna do PT do ano passado, saiu fortalecido, tendo obtido mais de 20% dos votos e, por isso, com direito de participar da direção do partido.
Os dois últimos, a professora Marcivânia Flexa e o professor Marcos Roberto mostram-se atentos às discussões do partido, pois, como a professora Dalva Figueiredo, quer ser considerada em qualquer das alianças que venha fazer o PT com qualquer outro partido.
Na eleição de 2010 o Partido dos Trabalhadores, mesmo elegendo uma filiada para o cargo de vice-governadora, uma deputada federal e um suplente de senador, ficou fora da composição do legislativo estadual, resultado considerado ruim na avaliação feita pelo partido e que querem retomar na eleição deste ano.

O eleitor já demonstrou que não gosta de divisão interna de qualquer partido e os candidatos aos cargos eletivos sabem que só os filiados não têm os votos suficientes para eleger um filiado, resta atualizar o discurso para não ficar fora dos cargos.

Nenhum comentário:

Postar um comentário