terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

PSB & PSOL: O tempero esquecido

Rodolfo Juarez
Por essa o PSB não esperava e, por isso, não está conseguindo se posicionar frente ao PSOL, sem saber se ainda pode continuar alimentando a esperança na aliança para as disputas eleitorais de 2014 ou se o prejuízo é menor deixando de lado os elementos de comunicação que ainda restam.
Muito embora os dirigentes do Partido Socialista Brasileiro do Amapá soubessem que a política precisa ser conduzida conforme a sua delicadeza, também podiam entender que o objetivo de qualquer grupo político, principalmente quando organizado em um partido político, é a conquista do poder.
Está certo que ninguém “engorda a cobra para ser engolida por ela”, uma situação dessa além de ser indesejada é sempre surpreendente, pois a primeira coisa que um aliado esquece-se do outro, é a fidelidade bem como a necessidade de conhecer todos os segredos ou aqueles mais importantes.
Qualquer dirigente partidário precisa entender que, da mesma forma como imagina fazer com que o seu partido vença as eleições, os dirigentes dos partidos aliados, ou não, também pensam.
Como o objetivo é o mesmo, então resta sair para o convencimento do eleitor.
O PSOL, depois que elegeu um Senador da República pelo Amapá, teria que sonhar com outras possibilidades, por isso não teve dúvida quando saiu para a disputa da prefeitura da Capital e obteve sucesso. Primeiro acreditou que podia vencer, depois acreditou nos incentivos vindos dos limites de Macapá e de fora de Macapá, e venceu o pleito e, não só isso, venceu os dois maiores grupos políticos instalados no Amapá: aquele que está comandando o PDT e o que está comandando o PSB.
Uma vitória assim, até faz esquecer as circunstâncias e transforma as forças internas em verdadeiras resistências de superfície.
No momento, no Amapá, não tem partido que tenha chance de vencer uma eleição majoritária sem alianças.
A tradição na política amapaense é de ter uma oposição forte. Isso não é de agora, mesmo assim, os dirigentes partidários têm dificuldades para assimilar essa realidade.
O sentimento de oposição é muito mais frequente no meio dos eleitores, do que entre as lideranças partidárias.
As razões são variadas, de cunho essencialmente sociológicos, mas também tem aqueles de sentimento político, permeado por modelos trazidos de outros centros, principalmente aqueles que envolvem, de maneira total, lideranças independentes que não tiveram reconhecidos o seu valor.
Apenas o eleito entende que a campanha eleitoral acaba quando o resultado da eleição é promulgado.
Os aliados não.
Ficam sempre na expectativa do reconhecimento, que necessariamente não é de cargo, mas de interesse em manter a aliança que deu resultado.
Nessa prova nenhum eleito para cargo público obteve aprovação. Todos são reprovados, pois, dá a impressão que os aliados de ontem, passam a ser os inimigos de agora, pois querem ser ouvidos.
Essa condução pós-eleição é difícil e o resultado dos erros só é notado quando mais os dirigentes partidários, o partido e os candidatos precisam de apoio.
Um tempero que foi esquecido e que está fazendo falta na composição entre o PSB e o PSOL.

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