Rodolfo Juarez
O
prefeito de Macapá precisa prestar atenção no que está deixando acontecer com
as pessoas, principalmente aquelas que moram mais afastadas do centro da
cidade. As dificuldades nesse período chuvoso são muitas e diversas e estão
além da possibilidade de defesa do morador.
Dificuldades
para sair de casa, devido as condições da via; dificuldade para pegar o ônibus,
pela demora e, até, falta de linha regular para atender a população; vias sem
condições de tráfego para bicicleta, moto e até para carros; ligações regulares
de energia sem condições de serem realizadas; a água do poço que usa está
poluída; o posto médico não tem no bairro; nas escolas a dificuldades são desde
o acesso à matrícula, até a presença dos professores e a regularidade da
merenda escolar.
O que
fazer em uma situação dessas?
É claro
que tem o que fazer. A população, na sua imensa maioria é constituída de
pessoas pacientes e compreensivas, mas que tem um limite dessa paciência e
dessa compreensão. Basta o prefeito e sua equipe, sair do gabinete refrigerado,
colocar uma capa de chuva e chegar até às casas e mostrar que está interessado
em resolver os problemas.
De que
adiantou as reuniões para elaboração do orçamento participativo?
Naquele
momento a população falava de suas carências e, se não falou nessa, os técnicos
e o próprio prefeito, teriam, como dever de casa, que saber.
As
dificuldades são grandes. As perspectivas são nulas.
Há um
descrédito na conta dos prefeitos que precisa ser, pelo menos, zerado, e para
tanto a presença das autoridades é indispensável, insubstituível.
Fazer propaganda de uma cidade que não existe
ou que está apenas no sonho dos governantes é um erro imperdoável que precisa
ser combatido dentro da própria prefeitura e, de dentro para fora, pois, doutra maneira, o
combate se consumará de fora para dentro, prejudicando a gestão que não vai
poder planejar as ações e caminhar conforme a coerência das possibilidades administrativas.
As
dificuldades são grandes e poderiam ser perfeitamente previsíveis para essa
época do ano, nesse período de chuva, que, a bem da verdade, não está tão
intenso como noutros anos e dando oportunidade para o administrador agir com
coerência, planejamento e compreendendo a população.
Se não
tiver plano nenhum para o combate às dificuldades, o melhor caminho é
administrar junto com aqueles que estão passando pelas dificuldades. Eles
sempre têm uma sugestão que, bem trabalhada, se torna viável, ou seja,
exequível e dentro das possibilidades do município.
Esse
período é também aquele em que o morador dos distritos, principalmente aqueles
que ficam mais afastados, precisa de mais amparo. Ausentar-se dessas
comunidades é desafiá-las a paciência delas que não são exigentes, mas sabem
dos seus direitos e onde e quando eles podem exercê-los.
As
rodovias municipais, as mais usadas pelos moradores dos distritos, estão em
péssimas condições e a situação nada tem a ver com o passado tem, isso sim, a
ver com o presente, com o agora.
Agir é
o único caminho!
O
agricultor, o pescador, o morador da área rural do município afinal, precisa
conversar lá no local onde mora e não aqui no Gabinete. Aqui ele não vem e, se
vir, será barrado pela secretária exigente e que só entende da agenda e da
proteção ao prefeito, como se ele, o prefeito, não fosse o responsável pelo que
é feito e o que não e feito dentro do município.
Nesse
período o dia é mais curto, as noites são mais longas e os resultados, muitas
vezes, não dão para cobrir as necessidades da família.
O problema
que era da comunidade passa a ser individual. Cada um procura aplicar a solução
que entende a mais razoável e que lhe dê condições de amenizar o sofrimento e o
sentimento de abandono do poder público, pelo qual tanto lutou e no qual quase
já não acredita.
As
populações urbana, suburbana e rural estão vendo o tempo passar e as coisas não
acontecerem conforme o prometido ou que sabem ser possível. Precisam, pelo
menos, de uma explicação.
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