Rodolfo Juarez
Os
agentes públicos não podem ser tão ruins assim.
É
provável que haja, da parte de alguns, interesses inconfessáveis que cultivam
uma “horta de problemas” interessados em criar confusão sem perceber a imensa
responsabilidade de que foram investidos pelo povo.
Não é
possível que o eleitor erre coletivamente e tenha “costas largas” o suficiente
para receber a pecha de que não sabe votar, não sabe escolher e que, por isso,
é o responsável pelo que de ruim acontece.
Esses
premiados: governador, senadores, deputados federais, deputados estaduais,
prefeitos e vereadores, além daqueles que, mesmo não recebendo o prêmio do povo
de forma direta, de forma indireta, ocupam os cargos de confiança nas diversas
formas de administração do Estado, não têm respeitado o eleitor, pois bastaria
uma breve verificação no número de votos que receberam na eleição para saber
que é muito mais do que os minguados números que estão disponíveis para as
passeatas, servir de massa de manobra, mesmo que seja para pagar as ocupações
eventuais nos momentos de irresponsabilidade e de barulho.
Observa-se
que essas pessoas não respeitam o eleitor, não respeitam o morador. Tomam
decisões importantes sem ouvir ninguém, dão ordens a partir das torres dos
mandatos para intervir na vida das pessoas e das organizações.
Esse
ano, por exemplo, os eleitores estarão indo às urnas para escolher algumas das
pessoas da sociedade para as quais vai entregar, por quatro anos, a sua
confiança, a sua força, transferir o seu poder de decisão.
A
eleição tem a possibilidade de distribuir os mandatos entre pessoas de diversos
modos de pensar, de diversas maneiras de agir, desde que todos eles sejam pelo
bem comum.
Quando
o candidato ao mandato se inscreve para ser observado pelo eleitor, mostra-se
de um jeito amoldado àqueles eleitores, depois, quando eleito, nem lembra mais
o que disse ou o que, às vezes, de mãos postas, prometeu.
Nesse
momento o eleitor é ofendido na sua confiança e, algumas vezes, ouvem a
acusação de que “não sabe votar”. Essa observação é feita sempre por aquele que
se candidatou e não logrou êxito na eleição.
Mas
porque dizer que o eleitor não sabe votar?
O
eleitor sabe votar sim. O que tem acontecido é que alguns candidatos são pessoas
mutantes: quando na campanha é um; quando eleito é outro.
Então é
o candidato que se acostumou a não cumprir o que prometeu ou a não exercer o
papel que disse que estava pronto para exercer em caso de vitória.
O que
se tem visto nos últimos anos, principalmente no Amapá, é esse descompromisso
dos mandatários que preferem se alinhar a estranhos, às vezes adversários, ao
invés de se aliara com o povo, exatamente aquele povo para o qual fez as
promessas durante a campanha.
A
grande chance de começar a resolver essa questão se repete de quatro em quatro
anos e, agora, no dia 5 de outubro, mais uma vez o eleitor pode definir um novo
rumo, fazendo novas exigências, algumas que possa brecar a irresponsabilidade
daqueles que receberem o diploma em dezembro.
Quem pode
mudar o rumo de tudo é o eleitor.
Não há
como deixar-se abater pelas mazelas de agora, pois não dá para culpar a
democracia pela oportunidade.
Quem
sabe se isso não é um truque daqueles que não deram certo e que reconhecem as
dificuldades quando até para ouvir a verdade.
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