Rodolfo Juarez
A repercussão do artigo “Fragilização do
Poder Legislativo Estadual”, publicado no começo da semana, me impressionou
pela forma como os leitores se posicionaram e se dispuseram a colaborar,
mostrando outros pontos que prejudicam o desenvolvimento local e a
administração pública estadual.
Nenhuma das partes do artigo teve
qualquer pretensão científica, mas todas elas foram analisadas em diversas
vertentes interpretativas, desde as mais afloradas até aquelas que funcionam
como artérias internas de irrigação da ciência.
O fato é que se trata de um assunto
complexo e que se experimentar tratá-lo sem levar em consideração parâmetros
obrigatórios, pois, quase todos eles, permeiam todas as etapas da administração
pública de um Estado.
O esforço para dividir corretamente as
atribuições das exigências da administração dos interesses de uma coletividade,
não dispensa, em nenhum momento, a participação do órgão encarregado para fazer
o controle funcional externo do conjunto, seja no aspecto técnico, seja no
aspecto político.
A Assembleia Legislativa é o órgão do
Estado que tem a atribuição de exercer a função controladora dessa gestão
pública, definindo o padrão político e apresentando as regras técnicas do
controle funcional, esta etapa através do Tribunal de Contas do Estado.
A insegurança administrativa,
demonstrada pela inexperiência dos agentes escolhidos pelo povo nas conturbadas
eleições de 2010, principalmente devido às consequências da Operação Mãos
Limpas, mostrou-se favorável para aqueles que precisavam conter o sua
particular incerteza.
Essa percepção, que pode ser decorrente
de ações involuntárias, começou a deixar marcas que, aos poucos, foram sendo
apagadas pelo dinamismo da administração pública, que precisava ter respostas
urgentes daqueles que não estavam preparados para dirigir o interesse público.
O defeito havido em uma dos órgãos do
Estado precisava de um tapume para não ser visto claramente, pelo órgão
responsável pelo controle funcional estatual, no caso a Assembleia Legislativa,
formada por 24 deputados.
Os deputados não perceberam o que estava
acontecendo e, aos poucos, foram sendo dominados, sob as mais diversas
alegações: desde a fidelidade político-partidária, até às acusações
individualizadas de improbidade.
Foi criado o clima de completa confusão
administrativa, aquele onde ninguém respeita ninguém. Incentivado por todos,
pois, assim, favoreceria aos interesses particulares de cada qual e a população
ficaria “chupando o dedo” sem ver os seus interesses trabalhados e
equacionados.
Mesmo com o caos na saúde, as greves na
educação, o aumento na criminalidade e a falta do avanço nos projetos de
infraestrutura, tudo parecia estar bem e nada era discutido pelos
“representantes do povo” cada vez mais submissos e cada vez mais atacados.
Os deputados passaram a ter medo de
tudo, mas mesmo assim, autorizaram empréstimos bilionários, não fiscalizaram a
instalação das hidrelétricas no Amapá e ainda deixaram, em tempos de
crescimento de receita orçamentária, baixar o percentual de transferência para
o Poder Legislativo.
O resultado mostra conselheiros do
tribunal de contas e deputados estaduais afastados e outros agentes públicos
investigados ou processados.
O Estado devendo como jamais deveu
durante toda a sua existência, governador com baixa aceitação popular,
população reclamando todos os dias de diversos serviços, dificuldades para
todos os lados.
O Estado do Amapá está em risco!
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