domingo, 4 de maio de 2014

Feeling do gestor

Rodolfo Juarez
Depois da revisão eleitoral, realizada pelo Tribunal Superior Eleitoral, através do Tribunal Regional Eleitoral do Estado do Amapá, quando a identificação do eleitor foi registrada biometricamente, o número total de eleitores do Amapá se aproximou do número daqueles que estarão votando no dia 5 de outubro de 2014.
Uma medida que tem na sua transversalidade mais importância do que no seu declarado objetivo.
Afinal de contas o Amapá vinha repetindo uma abstenção em torno de 15%, considerado alto para uma comunidade relativamente politizada e que demonstra muito interesse nas eleições.
O caso mais preocupante para os dirigentes das eleições locais estava localizado no município de Oiapoque que repetia abstenções acima de 35%, ficando relativamente próximo do limite das eleições válidas e colocando em risco todo um trabalho que, por força da lei, teria que ser repetido, aliás, como aconteceu no município de Pedra Branca do Amapari, quando os votos da candidata Socorro Pelaes foram considerados nulos, isso porque, os votos válidos apurados para todos os outros concorrentes não atingiram o número mínimo exigido pela lei.
Com mais de 45 mil títulos considerados cancelados, espera os agentes públicos que conduzem as eleições que caia a abstenção, aumente a segurança e o risco de invalidade de eleição se aproxime do zero.
Uma boa solução!
O que falta agora é restabelecer a confiança do eleitor nas urnas eletrônicas, deixa-las distantes de manipulações que possa provocar dúvidas no eleitor que insiste em dizer que percebeu que a foto que apareceu no visor da engenhoca não corresponde com a silhueta do candidato que escolheu.
Não são poucas essas notícias que chegam logo em seguida ao momento do exercício do voto e que não é considerado pela mesa que está ali na direção dos trabalhos das eleições daquela seção eleitoral.
O eleitor precisa, agora, ter essa demonstração da parte dos organizadores das eleições. A informação completa sobre o procedimento pode ser uma das chaves para levar à segurança íntima do eleitor.
Não é bom para ninguém, muito menos para os organizadores da eleição, não conseguirem deixar, para o eleitor, a segurança de que a sua escolha será a respeitada e que os erros podem ser corrigidos.
Até agora, por mais simples que possa parecer votar ainda é uma questão de confiança.
Afinal de contas, na hora do voto, é o eleitor e a máquina e não pode restar qualquer possibilidade de dúvida ou erro. O eleitor precisa estar informado de tudo e não apenas de sua obrigação de votar.
Essas medidas, por mais simples que possam parecer, são de responsabilidade daqueles que estão treinados para realizar as eleições e que são pagos pela sociedade para fazê-los da melhor forma.
Colocar a culpa no eleitor, além de declarar a falta de preparo dos agentes públicos encarregados de realizar a eleição, acaba transferindo para o eleitor uma responsabilidade que não é dele.
O primeiro turno das eleições de 2014 será realizado no dia 5 de outubro e ainda há tempo para que o eleitor seja orientado para não errar na hora do voto. É preciso investir nesse sentido.
Os organizadores da eleição precisam entender que a confiança também faz parte do processo e que neste momento as notícias não melhoram em nada o nível de confiabilidade que está arrumado na cabeça do eleitor.

Entender o caso e resolver a questão é o feeling do gestor e não do eleitor! 

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