quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

A MISSÃO DO PRESIDENTE DA CAESA


Rodolfo Juarez
Um dos pontos mais nervosos do Governo do Estado durante estes vinte anos de gestão autônoma e de decisões locais, ou seja, desde quando a população conquistou o direito de eleger o governador do Amapá, que o sistema de coleta, transporte e tratamento do esgoto sanitário não ganhou prioridade nas sucessivas gestões.
Sob a responsabilidade da Companhia de Águas e Esgoto do Amapá – CAESA a execução dos projetos para o setor ficaram em segundo plano na definição das prioridades da Companhia que sempre centrou os seus objetivos no fornecimento de água tratada para a população.
Como é uma empresa com autonomia administrativa e financeira, sempre chamou a atenção dos políticos que participavam dos governos compartilhados com a justificativa de dar governabilidade ao Estado, uma ameaça que sempre esteve sob a cabeça dos governadores, evidenciando a falta de espírito público dos deputados estaduais, dos deputados federais e dos senadores desse tempo, além de dirigentes de partidos importantes, que para acomodar seus protegidos, faziam da Caesa uma espécie de retiro de férias e festas.
Recentemente, com raras exceções, a presidência da empresa foi entregue a leigos ou a protegidos políticos que não tinham qualquer compromisso com os resultados de longo prazo, que só estão contidos em planos de longo prazo, que não podia ser operado pelos gestores imediatistas e que precisavam facilitar a apresentação de discursos políticos que apregoavam as promessas como se fossem realizações.
Isso foi sacrificando a empresa que tem tantas dificuldades que ela sozinha, não tem mais capacidade de superar e precisa recorrer a outros entes públicos para alcançar as condições que precisa para alcançar o seu objetivo e cumprir a sua missão.
Se a capacidade de fornecer água tratada para a população passou a ser um problema difícil e quase insanável, então como dar espaço para os projetos de coleta, transporte e tratamento do esgoto sanitário?
Apesar de ser aparentemente fácil a distribuição de água tratada para uma companhia que está localizada às margens do Rio Amazonas, o maior rio do mundo, para que isso se transforme em realidade é necessário que haja investimentos para ampliação do sistema de captação, tratamento e distribuição da água tratada.
O comando da empresa, designado pelo seu principal sócio que é o Estado do Amapá, representado pelo governador, precisa compreender que tem necessidade de contar com uma equipe técnica permanente e que tenha capacidade para manter os projetos em execução permanente, com aumento da oferta pelo menos na mesma proporção do aumento da procura, representada pelo aumento das unidades habitacionais em todo o Estado, nos núcleos urbanos.
Macapá, Santana, as demais sedes municipais e as sedes de diversos distritos espalhados pelo Estado, dependem da Caesa para melhora de sua qualidade de vida, medição que vem levando a população amapaense a índices que assustam a todos, principalmente quando se observa a série histórica e vê-se que esse item é um dos responsáveis pela queda do índice de desenvolvimento humano (IDH) dos amapaenses.
O governador Camilo escolheu para presidir a Caesa o engenheiro Ruy Smith, que tem uma boa experiência político-administrativa e compromisso com os seus concidadãos, indicador necessário para o começo de um trabalho. Ele precisa recuperar o acervo de conhecimento para tocar o projeto e já dá sinais que está disposto a encontrar o fio da meada quando chama para a sua equipe, bons técnicos, e com experiência, como o engenheiro Amilton Coutinho, ex-presidente da Empresa.

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