quarta-feira, 12 de janeiro de 2011

OS PREJUIZOS POLÍTICOS DO PMDB

O Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) no Amapá está em uma encruzilhada. A eleição de 2010 foi a segunda em que, mesmo com duas vagas para o Senado, o candidato que apresenta ao eleitor não alcança os votos suficientes para ficar, pelo menos, com a segunda vaga.
Na primeira, em 2002, o candidato a uma das vagas no Senado, apresentado pelo partido, Gilvan Borges, ficou em terceiro lugar, depois de Papaleo Paes e João Capiberibe. Depois de dois anos, Capiberibe perdeu o mandato e Gilvan assumiu a vaga, em uma manobra bem conduzida pelos advogados do partido.
Na segunda, em 2010, mais uma vez Gilvan Borges foi o candidato do partido a uma das duas vagas em disputa para o Senado e, mais uma vez não obteve os votos suficientes para ficar, pelo menos, em segundo lugar. Mais uma vez ficou em terceiro, agora depois de Randolfe Rodrigues e João Capiberibe. A segunda vaga até agora está sendo disputada nos tribunais, sendo que João Capiberibe venceu nas urnas e na decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Amapá e Gilvan Borges, na análise singular de um dos ministros do Tribunal Superior Eleitoral e na votação, não unânime, do Pleno do TSE.
A palavra final vai ser dada pelo Supremo Tribunal Federal, em dada ainda não marcada e que vai definir quem vai ocupar a segunda cadeira no Senado, representando o Estado do Amapá.
Nas eleições de 2006, quando José Sarney foi eleito para mais oito anos de mandato de senador, o PMDB também elegeu três deputados estaduais e dois deputados federais. Agora, na eleição de 2010, o partido não conseguiu manter as vagas que conquistara em 2006 e teve menor sucesso no resultado, elegendo apenas dois deputados estaduais e um deputado federal.
O resultado das eleições municipais de 2008 foi satisfatório para o partido, pois dos 151 vereadores eleitos, 12 foram do PMDB, distribuídos em 8 dos 16 municípios do Estado. Laranjal do Jarí (1), Macapá (2), Oiapoque (2), Porto Grande (1), Pracuúba (2), Santana (1), Serra do Navio (2) e Vitória do Jarí (1). Também foram eleitos pelo partido 3 prefeitos – Calçoene, Pracuúba e Tartarugalzinho.
O presidente do PMDB, Gilvan Borges, provavelmente pela ocupação que vem tendo em “virar a mesa”, devido os resultados que as urnas apresentam, não tem conseguido trazer novos filiados e o partido apresentou para concorrer ao cargo de deputado federal, apenas 3 candidatos, em uma clara dificuldade para definir nomes com peso para conquistar as vagas que são postas em disputa.
O partido passou a ter limitações para alianças e o presidente, Gilvan Borges, passou a ser o adversário número um dos Capiberibes, inviabilizando qualquer aproximação política entre o PMDB e o PSB, com claro prejuízo político para o PMDB que é o partido que está encolhendo.
Depois do primeiro turno de votação da eleição de 2010 houve um racha significativo no partido, não só pelo apoio que a deputada federal Fátima Pelaes, do PMDB, deu ao candidato Camilo Capiberibe, do PSB, mas pela clara indisciplina partidária da deputada, sem reclamo da direção do partido, deixando evidente a falta de direção política na atual gestão do PMDB.
Para completar, Fátima Pelaes aceitou fazer parte do governo de Camilo Capiberibe, indicando o esposo para uma das secretarias do Governo do Estado, sendo a atitude considerada um desafio explicito para medição de força política.
O partido inicia 2011 dividido, com menor densidade de poder e com a certeza de que não vai representar os interesses do presidente Gilvan Borges que, se quiser manter a linha de oposição que anunciou no final do ano passado, vai ter que representar a família Borges e não o PMDB

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