domingo, 30 de janeiro de 2011

LEMBRAR DO TITANIC É UMA OBRIGAÇÃO

Rodolfo Juarez
Amanhã Camilo Capiberibe fecha o primeiro mês à frente do Governo do Estado do Amapá. Como janeiro tem 31 dias, ele conta com mais um dia para fechar esse primeiro mês de trabalho.
Foi um primeiro mês que pode ser considerado tenso devido às sucessivas surpresas que os novos gestores tiveram que assimilar a cada dia desse mês. Mesmo assim, pode-se dizer que, na média, as principais conclusões a que chegaram novos gestores se equivalem àquelas chegadas por outros, na mesma situação e na mesma etapa da gestão: dívidas da gestão anterior, reclamação de aliados, falta de dinheiro, auditorias, justificativas, dificuldades, aborrecimentos, insatisfação de aliados, distância dos contrários, expectativa com relação às primeiras medidas e necessária cautela visando errar menos e convencer mais.
Como a equipe de governo não foi montada durante o período da transição, os primeiros 15 dias foram reservados para a montagem e instalação da equipe. Mesmo não parecendo, esse é um momento muito delicado, onde são finalizadas esperanças de muitos que imaginavam estar na equipe e passada atribuições a poucos, que às vezes se assustam com o tamanho da responsabilidade.
Durante esse período um dos desafios é garantir a confiança daqueles que foram os aliados durante a campanha, tanto de “primeira hora” (que entendem merecer mais), como os de “última hora” (que entendem que foram decisivos). Não raro os aborrecimentos têm que ser controlados para que não haja contaminação do processo e o início não seja complicado. Um tempero difícil de chegar “ao ponto”.
Enquanto cuidava da parte interna do governo o tempo passava e as exigências começam a pipocar. Saúde e Educação na ponta. A primeira com exigências e necessidades desde o primeiro minuto do governo; a segunda com exigências e necessidades para serem supridas ainda no mês de janeiro. No mínimo, trabalho difícil e dobrado.
Cuidar do futuro também tem tempo de carência e os auxiliares passaram a analisar os motivos pelos quais o Estado atravessa um verdadeiro temporal, com maresias altas e que só não soçobrava pro causa das providências que tomadas de emergência todos os dias. Nessa hora, lembrar do Titanic é uma obrigação.
CEA e Caesa com suas dificuldades, internas e externas, chamavam a atenção pelas imediatas providências que precisavam ser tomadas; os bloqueios de contas e seqüestros de dinheiro precisam ser evitados, pois dessa forma, as dificuldades aumentariam.
Medidas urgentes precisam ser anunciadas, para acalmar os credores e disciplinar a gestão.
Foram anunciadas então, no dia 19 de janeiro, as propostas do recém criado Gabinete de Gerenciamento de Crises, chamado de “pasta” na nota da Assessoria de Comunicação do Governo do Estado.
Moratória, sem prazo para terminar, das contas listadas na rubrica Restos a Pagar, tanto na forma de Dívidas Processadas, como na forma de Dividas Não-Processadas. Mais de 272 milhões, a maioria sem cobertura financeira, na avaliação do governo, abria a lista de medidas propostas para o enfrentamento da crise.
Junto com essa medida, outras severíssimas, a gerencial-administrativa, como o caso dos telefones; e outras protecionistas, seguindo o modelo de moratória, como a que pretende alterar a velocidade e o tamanho referente ao pagamento das obrigações do Governo: caso da Amprev e das consignações.
Mas fevereiro vem ai, período que está sendo esperado com chuva, alguma esperança e, logo no começo, a eleição da Mesa Diretora da Assembléia Legislativa.

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