sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

CARNAVAL

Rodolfo Juarez
Aos poucos a população vem percebendo que a temperatura do carnaval está mudando. São propostas novas que se juntam às velhas fórmulas com o objetivo de cultivar o que pode ser um momento para quem participa e para quem negocia.
Entre os negócios vale destacar o que pode acontecer com a rede hoteleira da Capital, que já se acostumou a conviver, nunca pacificamente, com apertos e que espera, durante o período do carnaval, contar com ocupações superiores aquela dos outros períodos do ano.
Aliás, esse tem sido o maior entrave para os investidores deste serviço aqui em Macapá que, apesar de apresentar uma vocação natural para o turismo, ainda não pode usufruir dessa vocação, pois os setores próprios ainda não foram acionados e a latência continua sendo uma promessa.
Mas o carnaval é uma esperança a cada ano.
Pode ser que neste ano seja dado o esperado start e as coisas comecem a acontecer. Até agora o círculo vicioso está trabalhando contra o desenvolvimento do setor: não tem turista, porque não tem hotel; não hotel, porque não tem turista.
O carnaval é, pelo menos aparentemente, o “martelo” principal desses que precisam que essa porta seja “arrombada” para que os dólares e os euros, principalmente, se juntem aos reais e pulem, mas pulem muito e para cima, no eixo cartesiano de acompanhamento de desempenho da economia local.
Os que participam são os que mais torcem para que isso aconteça o mais rápido possível, pois não agüentam mais encarar a população que tem avaliado muito mal o desembolso que o setor público faz para garantir a festa do carnaval e principalmente, o desfile das escolas de samba no sambódromo.
Claro que não vai poder continuar assim. Claro que as escolas de samba vão ter que se profissionalizar, o governo vai ter que definir políticas públicas claras e sem paternalismo e respeitar as decisões da Liga Independente das Escolas de Samba, sem que seja preciso o presidente ser um dos seus representantes no comando da administração do Carnaval.
Já não estão funcionando as informações de que Macapá tem um dos melhores carnavais do Brasil. Negando isso estão todas as pesquisas e as pesquisas individuais que os internautas acessam no momento que quiserem.
Mesmo assim a dose de empenho de todos e, principalmente a fé que todos demonstram ter, inclusive o Governo do Estado, no futuro do carnaval local, como instrumento de desenvolvimento da economia local, não pode e não deve ser desprezado.
Para os brincantes das escolas, blocos de bairro, blocos de rua ou simplesmente “sujos” resta a satisfação de poder, em curto prazo, contar com maiores oportunidades de ter ver diversificadas as características do carnaval amapaense.
O Município de Santana, que também conta com o carnaval tradicional de blocos, está explorando comercialmente outra vertente da folia – os trios elétricos -, que já a algum tempo, vem desenvolvendo um trabalho que está animando os organizadores que já se arvoram a dizer que encontraram um verdadeiro filão e que estão dispostos a explorá-lo e melhorá-lo pois, profissionalizados estão atraindo outros mercados como o mercado de grande parcela de Macapá.
A identidade do carnaval pode ser modificada perfeitamente. Os exemplos estão aos montes por ai. As festas populares, quando são sucessos, além de atrair a população, desenvolvem a economia do lugar. Um exemplo? Parintins.

Nenhum comentário:

Postar um comentário