quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

PAGA O MEU DINHEIRO

Rodolfo Juarez
As reclamações sobre pagamento atrasado de várias categorias que trabalham pra o Governo do Estado se amiudaram depois de terminado o mês de janeiro. Dá a impressão que a paciência dos trabalhadores acabou e o medo de perder o emprego se esgotou.
Também, ficar sem receber o pagamento de salários durante quatro meses é um desafio para qualquer um, mesmo aqueles que têm outra fonte de renda na família e que pode considerar o seu ganho como uma poupança.
Os condutores de veículos que fazem o transporte escolar vêm passando por esta situação desde o final do ano de 2011. Naquele tempo não havia recebido, em dezembro, desde setembro e o décimo terceiro salário.
Os maus patrões pagaram o décimo e os meses de setembro e outubro, no começo deste ano, depois de passarem o Natal e o Ano “em branco”, com a promessa que, em seguida, seriam pagos os meses de novembro e dezembro. Até agora nada e os dois meses devidos já se juntaram ao mês de janeiro, colocando, outra vez, os trabalhadores com um crédito de 3 meses, já indo para os 4 meses.
O mesmo está acontecendo, segundo os próprios trabalhadores, com os caçambeiros que estão atuando na Rodovia Norte-Sul. Também cobram 4 meses de salários atrasados.
A estes se juntam os balseiros, os que têm crédito de rescisões de contratos administrativos, hora/aula e mais outros que estão buscando os meios de comunicação social para fazer a cobrança direta.
Dever, todos podem dever. Agora dever salários é uma questão que não entra na conta de ninguém, principalmente quando os responsáveis são gestores públicos que precisam estar atentos com os problemas sociais que decorrem de um atraso de pagamento.
As três secretarias de governo mais acionadas pelos meios de comunicação, principalmente rádio e TV, são as de Educação, Transporte e Administração.
Também são alvo dos credores os Caixas Escolares de várias escolas que já emitiram, inclusive, cheques sem fundo, sendo agentes de um crime comum e por isso estando sujeitos às penas da Lei.
Alguns dos que reclamam do atraso no pagamento dos salários sempre lembram o Ministério do Trabalho e Emprego, através dos seus agentes locais, que não se mostram para questionar os devedores de salários.
Na opinião dos trabalhadores que estão com seus vencimentos salariais retidos, a situação é angustiante e tem levado algumas famílias a “passar fome” ou pelo menos a esgotar toda a sua capacidade de crédito nas mercearias. Algumas delas, segundo relatos, já estão sem comer carne ou peixe, há mais de um mês e são obrigados a consumir ovos e enlatados.
Mas a situação, a cada dia, piora porque os fornecedores estão alegando, e com razão, que não têm mais como garantir o fornecimento dos alimentos porque já esgotaram, também, todo o seu crédito no seu fornecedor e já emprenharam todo o seu capital de giro para atender os fregueses que não recebem dos órgãos públicos.
Essa cadeia de problemas avança e chega aos grandes armazéns e aos bancos onde os comerciantes de bairro buscam o abastecimento de seus comércios e os financiamentos para suas compras.
A situação de mais de 2 mil trabalhadores que não recebem é crítica e se estende aos filhos e outros parentes próximos que são afetados, negativamente, pela situação.
Não pagar os salários, é não reconhecer suas próprias funções, segundo a “associação dos funcionários que não recebem do governo” que está em fase de organização.

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