quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

OS TURISTAS NÃO VIERAM

Rodolfo Juarez
O carnaval passou e já começaram as avaliações do desempenho do projeto e dos resultados alcançados. As escolas de samba, a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá, patrocinadores, entre estes o Governo do Estado e a Prefeitura de Macapá analisam, detalhadamente, o que aconteceu.
O Governo do Estado que vem se constituindo, ao longo dos anos, o maior patrocinador do carnaval local, se esforça para justificar os recursos gastos e projeta os empregos “gerados” e a ativação da economia como indicadores subjetivos que deveriam fazer com que o recurso aplicado voltasse através de tributos.
A Prefeitura de Macapá, com bem menos recursos financeiros e com dificuldades para se apresentar como indutor do carnaval, ante o domínio do Governo, se esforçou e fez o que estava ao alcance e nos pontos que entendeu que poderia melhor atender os interesses dos contribuintes.
Os turistas esperados não vieram.
O público, afastado das discussões, não compreendeu as coisas e também não foi ver as escolas que tiveram que se conformar com os seus fiéis torcedores.
Quem não teve esses “fiéis” torcedores para aplaudi-los, ficou sem os aplausos.
Houve o espetáculo, mas ele ainda foi amplamente dominado pela paixão, pela disputa, pela vontade de ser o melhor.
Ainda não foi desta fez que aconteceu o espetáculo pelo espetáculo e onde o resultado, medido através das notas dos jurados, seria apenas um mero detalhe. Importante, mas um mero detalhe.
A grande falha na estratégia ficou por conta dos blocos. Tanto a Abloca, como a Liba precisam encontrar um caminho que possa atrair o público para o Sambódromo ou, de outra forma, terão que escolher outro local para mostrar o seu difícil trabalho.
Tanto na sexta-feira, como na segunda-feira, as arquibancadas ficaram completamente vazias, mesmo com o convite feito, avisando que na segunda-feira, por ocasião da apresentação dos blocos da Liba, não haveria cobrança de ingressos.
É possível que sejam encontrados vários motivos para que o público não tenha ido ao Sambódromo, até mesmo a pouca divulgação dos blocos e a grande polêmica criada com o preço do ingresso para ver as escolas de samba. O fato é que até mesmo os responsáveis pelos blocos ficaram decepcionados quando viram as arquibancadas completamente sem torcedor ou espectador.
Dava a impressão que houve dificuldade para a divulgação ou que a divulgação deixou de lado os blocos.
É claro que tudo isso contribuiu, mas também é de se considerar que a divulgação institucional, patrocinada pelo Governo do Estado, foi mais voltada para o turista e o visitante.
Esse é um trabalho que demora bastante para dar resultado.
Nesta seara é importante avaliar os prejuízos da polêmica criada, a poucos dias do desfile, com a questão “Piratas da Batucada”, levada à Justiça e que veio de lá com uma ordem que alterava o discurso de importantes figuras que participavam da organização do carnaval de 2012.
Isso, certamente, influiu no ânimo dos que se interessariam pelo evento e que viram, antes de começar, uma disputa na Justiça do Estado.
Foi ruim para todos e decisivo no resultado final o que frustrou a todos – escolas, organizadores e patrocinadores – e, de quebra, não atraiu os visitantes.

Nenhum comentário:

Postar um comentário