quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

UMA QUESTÃO DE JUSTIÇA

Rodolfo Juarez
Apesar de todos os chamamentos e até alguns anúncios, o carnaval de 2012 não está contando com o apoio das empresas privadas.
Até mesmo aquelas que serão diretamente favorecidas pela venda dos seus produtos, estão fora do processo ou se escondendo desconfiando do sucesso. Este é o caso de empresas como as revendedoras de refrigerante, água mineral e cerveja. Mas também, aquelas dos setores voltadas para setor de turismo ou para o comércio de roupas. Nenhuma delas considerou o carnaval como um motivo de negócio.
Procuramos manter contato com alguns diretores de algumas dessas empresas para discutir o problema e eles deram a entender que vão esperar mais um ano para poder entrar no negócio. Ainda falta confiança.
Como exemplo para a desconfiança foi citado o caso da Escola de Samba Piratas da Batucada que passou a ser uma entidade “não grata” para a organização, entretanto, em todas as pesquisas feitas, é a Escola que além de ser aquela que tem maior aceitação popular, é a entidade que é tida como a que tem maior chance de conquistar os títulos que disputa.
O sucesso daquela escola de samba no Festival de Samba Enredo, em 2012, foi um recado para os organizadores do Carnaval que precisam “ser mais profissionais” na opinião dos empresários que foram sondados.
Quanto a ausência de empresas de grande porte, como a Amcel, a Anglo Ferrous e mesmo aquelas que estão realizando as obras, construindo as usinas hidrelétricas em Ferreira Gomes, não foram atraídas para o evento.
Alegam os diretores daquelas empresas que não lhes foi apresentado o plano do evento e nem solicitado qualquer apoio, como também entendem que não há tradição e logo explicam a situação pela decisão tomada no ano passado quando não houve o desfile das escolas filiadas a Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá.
Não descartam a possibilidade de entrar como patrocinadores do carnaval, mas, segundo eles, precisam de tempo para aprovar a proposta e de certeza de que o evento vai ser realizado.
O anúncio feio pelas autoridades do Governo que há disposição para continuar construindo o Sambódromo e aumentando a qualidade de atendimento para o espectador, é um motivo que pode trazer para dentro do carnaval amapaense, aquelas grandes empresas
Outro ponto muito discutido entre os empresários é o fato da inconstância dos dirigentes da Liga Independente das Escolas de Samba do Amapá, pois, segundo eles, não sabem com quem fecharão o negócio referente ao patrocínio: se com a Diretoria da Liga ou se com o Conselho de Representantes.
Para os empresários e os seus auxiliares que atuam no setor de marketing de cada uma das empresas, um estudo feito sob encomenda, a recomendação manda que se tenha muita cautela por causa do excesso Poder que a Diretoria alega que tem o Conselho de Representantes.
Segundo esses empresários, em outros Estados é conhecido o negociador, aquele que está com a última palavra para decidir com o diretor da empresa com quem conversa. Não há tempo para os dirigentes ficarem esperando para ter uma resposta.
Também o repasse de dinheiro para os dirigentes do Carnaval trás um problema muito grande para o dirigentes das empresas que estão interpretando que o valor que chega nos cofres de cada Escola acaba funcionando como uma dose de desânimo e que, por isso, os dirigentes das escolas não arriscam.
Há unanimidade entre os dirigentes das escolas e entre os empresários, potenciais investidores no evento, de que precisa haver continuidade dos eventos para que haja a retomada da confiança da população.

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