sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

FILAS & METAS

Rodolfo Juarez
Esta semana a população de Macapá mais uma vez teve que conviver com as filas, formadas por mães e pais, nos portões das escolas estaduais e municipais, com o objetivo de garantir o direito de colocar os filhos em sala de aula em 2012.
Já faz algum tempo que as secretarias estaduais e municipais, do Estado e de todos os municípios amapaenses, anunciam que foi feita, em tal dia de tal mês, a chamada escolar para que pudesse haver um planejamento por parte dos setores próprios de cada prefeitura municipal e da Secretaria de Estado da Educação.
Das duas uma, ou a chamada escolar é apenas para atender exigências do Ministério da Educação; ou o assunto não é tratado como devia e serve apenas para discursos das administrações escolares de cada unidade.
A verdade é que ninguém confia nas “chamadas escolares”. Nem as mães e os pais, nem os próprios organizadores da chamada. Serve apenas para apresentar como desculpa quando se deparam com redes, colchões, colchonetes e cadeiras na frente das escolas, varando as noites, desde uma semana antes da data anunciada para as matrículas.
Alguma coisa está muito errada!
As mães e os pais não se disporiam a dormir na frente das escolas apenas para aparecer. Eles vão para frente das escolas porque sabem que podem ficar sem a vaga prometida para seus filhos se assim não o fizerem.
Também pode ser que não estejam acreditando nas pessoas que vão por lá e falam, sem muita convicção, que “terá vaga para todos”.
Todo ano essa situação se repete. E a cada ano, ao invés de se tomar uma medida que possa evitar esse constrangimento para os pais, se observa que o tamanho da fila é que fica maior.
Não importa se a escola fica em um bairro do centro da cidade, ou se fica em bairro da periferia. Não existe qualquer relação lógica com os acontecimentos. O que há de comum é a dificuldade para ficar tranquilo, tendo certeza que o filho vai estudar durante o ano.
O Estado do Amapá, com uma população apurada em 2010, pelo IBGE, em 669.526 habitantes, tinha naquele momento, um contingente de 211.453 pessoas em idade escolar, com uma taxa de analfabetismos 4,9% entre as crianças de 10 a 14 anos e de 8,4% se considerado os jovens de 15 ou mais anos.
Com relação ao analfabetismo, o Estado do Amapá vinha conseguindo administrar bem a situação, mas houve uma interrupção no projeto em 2011 e essas apurações serão conhecidas apenas em 2013.
O Ministério da Educação estabeleceu 5 metas para os brasileiros alcançarem até 2022 quando o Brasil comemora o bicentenário da Independência. As metas são as seguintes: Meta 1 - Toda criança e jovem de 4 a 17 anos na escola; Meta 2 – Toda criança plenamente alfabetizada até os 8 anos; Meta 3 – Todo aluno com conhecimento adequado à sua série; Meta 4 – Todo Jovem com ensino médio concluído até os 19 anos; Meta 5 – Investimento em educação ampliado e bem gerido.
Olhando essas metas o leitor pode perceber que as filas não indicam que alguém está interessado em atingi-las, bem como o atraso no pagamento dos locatários de carros para o transporte escolar e a falta de merenda escolar que obrigou aos diretores e às diretoras dispensarem os alunos no meio do turno, em 2011.
Os pais já decidiram que vão lutar pelo cumprimento das metas e estão sentindo a falta do empenho dos responsáveis públicos para alcançar o que está definido pelo Ministério da Educação.

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