quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

NÃO HÁ COMO COMPENSAR A ALEGRIA

Rodolfo Juarez
Bem que tudo podia estar diferente.
Tudo arrumado, mesa pronta, convidados definidos, discursos afinados, consciências tranqüilas,
apenas esperando o grande momento de fazer os agradecimentos, cortar a fita e começar a festa.
Mas nada disso está definido.
Aliás, a definição ainda não foi alcançada devido às quizílias que ainda dominam a cena, resultante do narcisismo da vontade de ser único e dono da última palavra.
Nem mesmo a aniversariante, a importante aniversariante, consegue atrair a atenção daqueles que, ao que parece, não assumiram o compromisso que têm para com a cidade e continuam, sob o tema do egoísmo, sustentando que pode fazer mais que o outro, ou que é mais importante que o outro.
Muitos já chegaram perto e orientaram para que, pelo menos no dia do aniversário, cessem essas bobagens e prevaleça o respeito à população e ao que representa o local onde está essa população.
Mas que nada! A força narcisista continua preponderando, mostrando o caminho que, mesmo
descobrindo que é o errado, é seguido pelos teimosos e descompromissados.
Mesmo assim a aniversariante está esperando o entendimento, pois já tem certeza que, se as brigas não cessarem agora, têm poucas chances de cessar ainda nesses tempos próximos.
Está certo quem diz que o tempo não vai parar e que virão outros aniversários. Mas está errado
quem pensa que o tempo apaga tudo. Nesse caso, no caso da aniversariante, nada é apagado e as chances de serem atiçados a cada ano, são maiores do que se imagina.
Respeitar esse momento seria, assim, demonstração de respeito e consideração pela história da
aniversariante que, a cada dia cresce, se mostra com mais necessidades, mas que também se adapta a espera para melhorar as condições que possa dar ao seu povo, seus verdadeiros construtores.
Ser diferente, prejudicando a aniversariante, é como ser vencedor injusto, inglório e sem
conquistar campeonato.
Nesse caso, não há como compensar a alegria que não vão ter.
Resta aos habitantes confiar na coerência das pessoas e daqueles que ainda podem fazer alguma coisa, afinal daqui a poucos dias, o sábado vai chegar, trazendo no seu sol ou na sua chuva, a aniversariante sempre mostrando hospitalidade e provando que é possível resistir aos mais severos castigos.
O masoquismo que tomou conta de alguns não tem conseguido guarida no meio da imensa maioria da população. Ele, ao contrário, é repudiado, renegado, rejeitado e mostrado como
empecilho.
Resta confiar no tempo e na história. Aquele sempre bom e esta, cada vez mais épica.
Então preparemo-nos para os “parabéns pra você” sem qualquer limite.
Poderemos gritar, assoviar, aplaudir, vaiar, chorar, lamentar, mas, também, ficar feliz.
Satisfeito não.
Ninguém ficará satisfeito quando Macapá completar 254 anos sem a unidade de seu povo.

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