quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

SEM PERDA DE TEMPO

Rodolfo Juarez
Amanhã a cidade de Macapá completa 254 anos. Pode-se dizer que já está adulta, mas que ainda é suficientemente jovem para esperar a compreensão dos dirigentes do Estado do Amapá e do Município de Macapá, que poderão contribuir, e muito, na melhoria de oferta de condições de vida para os seus habitantes.
Não basta apenas o que a natureza nos oferece. Muito embora, reconheçamos, tenha sido essa generosa oferta a responsável pelo prazer de receber no rosto a gostosa brisa que o Rio Amazonas molha e deixa passar para todos nós, fazendo a distribuição democrática do prazer e a alegria de poder dividir, esse prazer, com os nossos visitantes e amigos.
É espetacular observar o movimento das marés, enchendo e vazando, dando a lição para tanta gente e também para nós, que deixamos, às vezes, que esse detalhe passe sem ser notado.
A grandeza do Rio acaba deixando por nossa conta a imagem do que ele pode fazer além de ser o facilitador das aventuras fluviais em que se transformam as viagens pelo Rio e pelos seus afluentes.
As ondas, os navios, as pequenas embarcações, as voadeiras, as catráias, os jet skis, os kitesurfs, as montarias, os batelões, muito vento e a imensidão do rio transmitem uma espetacular sensação de que esta cidade oferece grandes alternativas de laser, esporte e prazer para quem viaja, pratica ou simplesmente acompanha o espetáculo.
E se não tiver nada disso, a cidade deixa você, logo pela manhã, ver um dos maiores espetáculos da terra – o nascer do sol no equador. Um espetáculo que apresenta, a cada dia, uma nova forma sem deixar de ser surpreendente a cada registro fotográfico. Mesmo com as nuvens da manhã não deixando ver o sol, a forma raiada como se projeta no céu, transmite uma espécie de supremacia sobre o observador.
Ainda nessa linha, ou mais precisamente na linha projetada do Equador, se sente sensações inimagináveis pela forma concreta de poder estar, ao mesmo tempo, no hemisfério norte e no hemisfério sul da Terra ou, se quiser, exatamente sobre a projeção da linha mágica que divide a terra em duas partes iguais.
A cidade ganhou de presente, no final da década de 80, o Monumento do Marco Zero do Equador, talvez o maior símbolo da cidade, pela atração natural que opera sobre os visitantes e os estudiosos. Cientistas de diversas áreas do conhecimento são atraídos pela cidade por ocasião do Equinócio.
E são dois os registros anuais do fenômeno do Equinócio: um na segunda quinzena de março e outro na segunda quinzena de setembro.
O espetáculo é único. A percepção do fenômeno astronômico é constatada na concretude do simples mecanismo de que dispões o Monumento. Uma chance que não pode ser perdida por aqueles que precisam compreender pontos importantes do equilíbrio universal e da movimentação das estrelas, dos planetas e dos satélites.
E os que estão por aqui, às vezes, nem percebem o que tem à sua disposição!
Entretanto, Macapá pode ter bem mais que isso como, por exemplo, a marcação, em concreto, de toda a projeção da linha, desde a margem esquerda do Rio Amazonas até, pelo menos, a margem esquerda do Rio Matapi e, quem sabe, uma estrada com quatro ou seis pistas.
Nesse conjunto tantos motivos poderiam completar esse percurso, além do Estádio Estadual Milton de Souza Correa, como um grande ginásio, um centro de convenções, pistas de atletismo, pistas de passeio e caminhada, tendo como definição longitudinal a linha de projeção do Marco Zero do Equador.
Ainda há tempo para tudo isso, basta encontrar a vontade que está escondida no meio dos mandatários, a competência que desafia cada um e a criatividade dos profissionais que estão à disposição dos dirigentes.

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