quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

E SE MISTURAR OS DOIS, ENTÃO...

Rodolfo Juarez
Os órgãos do Governo do Estado vêm encontrando dificuldades para responder às perguntas da população, quando o questionamento é sobre “o que o Governo vai fazer em 2012?”.
Não era para ser assim. Desde o final do ano passado, ou no primeiro dia do ano de 2012, o sistema de planejamento e controle das ações do Estado deveria ter disponibilizado para dentro e fora do Governo, tudo o que iria ser feito no decorrer do exercício, com as informações que fossem necessárias sobre a escolha ou a preferência dada a esse ou aquele projeto ou a essa ou aquela atividade, como também para fora do Governo, para a população tomar conhecimento e reorganizar as suas expectativas.
O moderno sistema administrativo, tanto das empresas públicas como das empresas privadas, tem tirado bons resultados quando socializam os seus projetos e integram, em cada um desses projetos, os colaboradores, daí o nome de colaboradores.
Até agora não foi descoberto um procedimento melhor.
É evidente que os resultados também são melhores e os custos mais baixos, com o sacrifício das ações discricionárias que formam muito mais no pelotão do autoritarismo do que no pelotão da democracia.
No sistema público não adianta querer desfazer-se de todas as fórmulas que vinham sendo adotadas pelos antecessores, pois não tem alternativas prontas para serem ativadas, devido serem estreitas as faixas legais para o exercício da discricionariedade disponível para o agente público.
Mas essas “descobertas” não demoram tanto tempo para serem feitas pelo gestor que tenha espírito público real, ou seja, esteja disposto a não politizar todas as questões de interesse do Estado e com isso faça a diferença entre o que interessa para si, o que interessa para os amigos, o que interessa para os partidos e o que interessa para a população.
Isso é difícil fazer? É.
Se não fosse difícil certamente a maioria dos dirigentes não teria a dificuldade que tem para entender que o coletivo vem à frente do individual, que o interesse público está acima de todas as questões não públicas.
As relações hierárquicas ficam comprometidas quando não fica perfeitamente definida o papel de cada um e, nesse roteiro, os que detêm a informação, por mais simples ou comum que sejam, evitam repassá-las a terceiros, mesmo que esses terceiros tenham necessidades desse conhecimento para poder cooperar com a equipe.
É por isso que a Administração sente a falta de um plano executivo seja lá qual for a tarefa. Ainda mais quando essa tarefa é do tamanho do orçamento de um Estado, e no caso, do tamanho de um orçamento de 3,6 bilhões de reais como é o orçamento do Estado do Amapá.
O Poder Executivo precisa de um plano executivo para poder responder as perguntas mais simples e até ter confiança de que não está dando informações erradas. As repetidas informações erradas são tão desgastantes quando a corrupção e custam tanto ou mais que a corrupção. E se misturar os dois, então...
O que os auxiliares mais diretos do governador do Estado, exatamente aqueles que atuam diretamente nas ações de execução, estão precisando é das informações, dos dados, para poderem estabelecer prazos, metas e organizar a ocupação da mão de obra e a programação do desembolso.
Como está, as respostas virão sempre carregadas de dúvidas e, algumas delas, estão sujeitas ao rechaço imediato daqueles que apenas querem saber alguma coisa.

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