quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

AS ARTÉRIAS DA CIDADE

Rodolfo Juarez
Mesmo quando Macapá não conhecia as fortes intervenções do homem, dando-lhe novo desenho urbano e atendendo as necessidades emergentes da própria cidade e da população, tinha-se a impressão que isso seria feito.
As pontes, algumas largas, que faziam a ligação dos bairros do Elesbão e Vacaria com o bairro Alto e o centro administrativo, onde estavam instadas as salas dos gabinetes dos dirigentes da cidade, davam a impressão que tinham os dias contados e que sabiam que iam ser substituídas.
Foi o grande salto urbano que a então capital do Território Federal do Amapá deu possibilitando o aparecimento de um grande núcleo populacional, onde se concentraria o comércio varejista, que era animado pelos libaneses, os sírios, os portugueses e outros estrangeiros que assumiam a responsabilidade pelo comércio local.
Foi depois deles que os brasileiros, vindos de todos os lugares, mas principalmente do Nordeste e do Estado do Pará, começaram a se juntar aos “judeus”, de fala estranha ou mesmo substituí-los, assumindo os negócios de alguns.
Esse núcleo deu a entender às autoridades que precisava haver um trabalho urbano que permitisse o acesso dos moradores dos bairros “mais distantes” ou isolados pela geografia da cidade, chegassem ao “comércio” concentrado na Rua Cândido Mendes e na “beira”.
A localização do Trapiche Eliezer Levi, bem mais comprido e largo do que o atual, foi definida para atender a necessidade de embarcações maiores, principalmente aquelas que não “entravam” no Igarapé da Fortaleza, situado ao lado da Forte de São Jose de Macapá, exatamente onde hoje está o “lugar bonito” e mais precisamente a área de eventos ao lado do Forte, exatamente aonde as embarcações menores, até 20 toneladas, chegavam, de maré alta, para desembarque e embarque de carga e passageiros.
As primeiras passarelas a serem retiradas foram da atual Rua Tiradentes, a mais larga da área, que era praticamente contínua, desde a descida da Avenida General Gurjão até à subida do “Santa Maria”, que ficava localizado na esquina da Rua Tiradentes com a Avenida Feliciano Coelho.
Depois começaram os aterros na Rua São José, cortada pelo Igarapé da Fortaleza que tinha nascentes na área onde está hoje, o centro geométrico do cruzamento da Avenida Mendonça Furtado com Jovino Dinoá, ainda um grande problema para a cidade e para os moradores das proximidades.
Essas obras mostram a necessidade de cuidar da drenagem da Cidade de Macapá e foi quando Departamento Nacional de Obras e Saneamento foi autorizado a realizar os trabalhos de retificação do Igarapé da Fortaleza, transformando-o no Canal da Mendonça Júnior, para coletar as águas das áreas baixas limitadas pelas ruas Cândido Mendes e Leopoldo Machado; e pelas avenidas General Gurjão e Feliciano Coelho. Nessa época a Candido Mendes terminava onde hoje começa a Avenida Henrique Galúcio.
Essa foi a primeira grande intervenção, até hoje por acabar, e que teve a retificação do Igarapé da Fortaleza transformado no Canal da Mendonça Júnior.
O projeto básico elaborado, aprovado e iniciado, já contemplava a diretriz para o Canal do Beirol, inclusive a Bacia da Rodovia JK até desaguando no Rio Pedrinhas (hoje chamado de Canal das Pedrinhas). Essa obra foi realizada e tem o funcionamento prejudicado pela falta de limpeza e manutenção.
Outras “artérias” de drenagem pluvial foram iniciadas (como é o caso do Canal do Jandiá) e outros concluídos (como o caso do Canal do Mucajá). Além de outros que foram apenas maquiados, como é o caso do Canal do Bairro Nova Esperança.
São obras importantes e que precisam continuar para fazer a cidade funcionar, inclusive quando está chovendo “pesado”.

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