sábado, 24 de novembro de 2012

Pedras no caminho da Caesa

Rodolfo Juarez
A Companhia de Água e Esgoto do Amapá – Caesa, nesses dois primeiros anos de trabalho da equipe comandada pelo Engenheiro Ruy Smith, chegou a contar com a confiança dos usuários, durante boa parte do período.
Mas os problemas que a Companhia tem para enfrentar são gigantescos e precisam ser tratados assim pela equipe da Caesa, pelo Governo Estado e compreendido pelo usuário, este sem poder fazer nada a não ser sentir os efeitos.
A Caesa nunca conseguiu cumprir a sua missão institucional – colocar água tratada em todas as residências dos núcleos urbanos do Amapá.
Macapá, a Capital do Estado, por exemplo, não tem metade das residências com oferta de água tratada. E boa parte desse serviço não atende os padrões exigidos pelas normas técnicas, com muitas residências sem ter, sequer o medidor, elementar equipamento, para dimensionar o consumo daquela unidade residencial.
Captação instalada com dificuldades de operação, tanto com relação à qualidade com relação à quantidade da água, prejudicando a eficiência do serviço prestado, mesmo para a parte atendida da população.
Nesse momento, para se ter uma idéia do problema, a empresa precisaria ativar mais do dobro de ligações que tem ativado desde o tempo do Amapá como território federal.
E de pouco adianta trabalhar como está trabalhando. Desse jeito sempre vai atender apenas a metade das residências, devido o incremento populacional e, em consequência, o incremento de unidades habitacionais que precisam de água tratada. As estimativas mais modesta estão indicando que, a cada ano, em Macapá, 5 mil novas unidades são construídas, habitadas e que precisam de água tratada.
A Companhia de Água e Esgoto do Amapá ainda tem sob a sua responsabilidade a coleta, o transporte e o tratamento do esgoto sanitário. Nesse item o Estado é o último colocado entre todos os estados da Federação.
Apesar de exigir investimentos iniciais elevados, para a capacidade de investimento de um Estado como o Amapá, é um serviço absolutamente necessário e determinante para a qualidade de vida para a população, além do que é um serviço que exige cuidados especiais com relação ao meio ambiente, de o sistema de coleta até à estação de tratamento, bem como a capacidade do receptor natural que precisa ser estudado para saber o nível de poluição que suporta sem modificar o status ambiental.
O serviço atual, que atende menos de 4% da população de Macapá, é precário em todas as suas fazes. O sistema de tratamento é considerado inadequado, em uma lagoa de estabilização, situado no Bairro do Araxá, sem a proteção ambiental. Com mais de 30 anos o sistema apresenta vários problemas.
O protocolo firmado por representantes do Governo do Estado, da Caesa e de um bando local, no valor superior a 17 milhões de reais, é o primeiro passo para a elaboração do projeto técnico que é demorado devido aos precisos detalhes que tem que apresentar.
Por ser o projeto de significativo impacto ambiental, os órgãos ambientais do Município, do Estado e da União deverão estar atentos a cada detalhe, discutindo à exaustão, pois, uma vez definido o seu caminhamento e as suas instalações principais e complementares, haverá grandes dificuldades para serem alteradas.
Todos esses pontos do serviço de distribuição de água potável e de coleta e tratamento de esgoto estão, ao que parece, ocupando a equipe técnica da Caesa, que precisa ter olhos para o sistema que está funcionando e que acumula reclamações por não ser um serviço conforme espera o consumidor e está longe das promessas que são feitas a cada ano.
Se não tratar o assunto tecnicamente, será como colocar mais uma pedra no caminho da Caesa.

 

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