Depois da
publicação do artigo “A Queda da Barraca”, ontem, dia 17 de novembro, nos
jornais e nos bloggers, alguns gestores da área do turismo local insistiram
comigo que esse é um fato com menos importância e sem relevância para ser
destaque na imprensa e nas redes sociais.
Ouvi, com muita
atenção, cada um deles e aos seus comentários e confesso que não pude me
alinhar às teses por eles defendidas, principalmente na avaliação da
importância do episódio, considerado por eles “isolado e sem grande importância”.
Primeiro que não
se trata de um episódio isolado e, depois, porque os interlocutores que se
manifestaram não tinham detalhes dos fatos a não ser pelas fotos que foram
imediatamente ao fato, para as redes sociais e que mostravam pessoas que, para
os mais religiosos, tiveram verdadeiro livramento.
A cena limitada
ao zoom dado para a imagem mostrava a estrutura de uma barraca caída, sobre um
monte de telhas de barro e no meio disso tudo, uma senhora que teve uma reação
impressionante, para que as telhas pesadas não caíssem, literalmente, sobre ela
e a machucasse.
Os veranistas
que estavam às proximidades do local da ocorrência, para aproveitar o sol forte
ou, simplesmente degustar o camarão no bafo, o peixe frito e as inúmeras
derivações que constam da culinária própria do local, correram para
certificação do ocorrido e, se necessário, socorrer como pudessem os
prejudicados.
Essa ação
voluntária dos presentes me faz retornar ao assunto devido à falta de
sensibilidade para um episódio daquele tipo e daquela magnitude, demonstrada
pelos agentes públicos que têm a responsabilidade de promover o turismo e fazer
que ele aconteça com segurança geral e confiança nos promotores.
Ainda bem que os
prejuízos das pessoas afetadas fisicamente foram considerados pequenos. Havia
razão suficiente para imaginar resultados muito piores, sem qualquer exagero ou
sensacionalismo, com o agravante de não haver, no momento do incidente,
disponível as mínimas condições para realizar os primeiros socorros.
Guarda-vidas que
estão em qualquer praia e ambulância que devem estar onde haja concentração de
pessoas, por lá não estavam. Pois bem, naquele dia havia no balneário mais de
dois mil visitantes.
Não estar atendo
a isso é negar a prática que se aplica em qualquer outro lugar onde haja pelo
menos projetos para o desenvolvimento do turismo. Preste bem a atenção: não
está se exigindo médicos, enfermeiros ou a presença de outro qualquer
profissional de plantão no local, mesmo parecendo que deve se tratar de uma
providência lógica para a importância que precisa ser dada à Fazendinha como
ponto turístico.
Percebe-se
facilmente, que houve uma conscientização dos empresários do local que estão
contando com garçons treinados e interessados, cozinhas higiênicas e que podem
ser visitadas pelos freqüentadores e uma preocupação com o estacionamento de
veículo.
Esse
comportamento não veio da prática, mas sim do resultado da aplicação desses
empresários que estão buscando suporte, onde podem, para melhorar o atendimento
dos clientes. São treinamentos para o próprio empresário e para os seus
funcionários.
Não existem
grandes diferenças nos preparativos para os empresários do setor turismo e os
promotores do turismo no Amapá. O entendimento da realidade está na ação
prática de cada um: enquanto os empresários e os seus funcionários treinam
todos os dias, os agentes públicos não treinam e imaginam que já sabem tudo
depois de uma palestra teórica dada por pessoas que vêm de outra região
conhecendo outras realidades, às vezes bem diversas das daqui.
Se os agentes
públicos do setor turístico no Amapá continuam pensando que são os sabe-tudo do
turismo local, vão continuar enxugando gelo e, pior, gastando dinheiro a toa e
nem percebendo que as oportunidades estão passando.
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