quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Os Royalties do petróleo

Rodolfo Juarez
Os nortistas, os nordestinos e todos os outros brasileiros que não aqueles que estão na governança ou sob a influência favorável do Rio de Janeiro, estão vendo como aqueles interpretam o Brasil e consideram o seu povo.
A nova proposta de distribuição dos royalties do petróleo, na forma definida na lei aprovada na Câmara Federal fez com que os governantes do Rio e de São Paulo fossem às ruas e declarassem que estão satisfeitíssimos com a desigualdade nacional, apontando as regras que querem para poder viver sem dificuldades, onde já têm muito mais que nós, amapaense, por exemplo.
É claro que se a desigualdade nos desse o lado com mais recurso e mais oportunidades, aqui seria a Olimpíada de 2016, aqui seria uma das sedes da Copa do Mundo e aqui estariam sendo construídos sistemas de transporte de massa como está sendo construído por lá.
Para nós aqui é proibido falar de metrô. Ora metro! Para nós aqui é proibido falar em melhoria da qualidade dos ônibus, das ruas da cidade, das rodovias e de tudo que possa melhorar a qualidade de vida da população.
O Rio de Janeiro, ao contrário do que pregam os seus administradores, não é produtor de petróleo coisa nenhuma. O petróleo não se produz. É um bem que a natureza em suas incríveis mutações nos dá a oportunidade de explorar.
Mas eles, os dirigentes do Rio, se arvoram a dizer que são “produtores” de petróleo. E grande imprensa repercute com claro zelo para não ofender nem os pobres do norte e nordeste e nem os ricos do sul e do sudeste.
Os brasileiros que estão se dando bem não querem mudar nada. Para eles mexer nos dutos de suas riquezas, com as quais ficam e gozam, é uma injustiça.
Não se vê naquelas pessoas, principalmente naqueles que comandaram a concentração no centro do Rio na segunda-feira, vontade de participar do desenvolvimento nacional. Para eles o desenvolvimento nacional é o desenvolvimento de onde moram e dos lugares nos quais estão sempre, muito embora tenham as notícias de que as dificuldades dos que moram no norte e no nordeste são, grande parte delas, por conta das benesses que usufruem no glamour do que chamam “cidade maravilhosa”.
O petróleo é um bem nacional, portanto, e todos os brasileiros e os erros do passado, quando os claramente favorecidos foram os estados do sul e do sudeste, não retiraram os direitos dos que ali não moram. Ao contrário, o que há é uma imensa dívida deles, que usaram os recursos que também são nossos, para atender às suas necessidades, principalmente aqueles que têm para se mostrarem que são do “primeiro mundo”.
Cabe a todos os daqui, das regiões mais pobres do Brasil, abrir uma frente de luta para não permitir modificações no que já está feito e a distribuição dos royalties do petróleo seja mais justa, muito embora ainda não atenda o que manda a Constituição Federal em sua plenitude.
O que os cariocas estão fazendo é defendendo um direto que eles não têm, alegando princípios que não existem e querendo justificar com as obras da Copa do Mundo e das Olimpíadas, como se fossem feitas com recursos do Estado do Rio de Janeiro. E não são.
As obras da Copa do Mundo, como as das Olimpíadas de 2016 estão sendo pagas por todos os brasileiros, todos nós, inclusive os amapaenses.
O comportamento do governador do Rio de Janeiro é paroquial e nada tem a ver com o sentimento nacional. Não concorde com ele.     

Nenhum comentário:

Postar um comentário