sábado, 14 de dezembro de 2013

Guerra de surdos

Rodolfo Juarez
Não adianta mais imaginar que o desgaste que está sendo produzido pelos agentes políticos daqui vai ficar com este ou com aquele agente, com este ou com aquele partido político, ou com este ou aquele órgão do Estado.
Todos pagarão a conta.
O que se vê é o que se registra, não só nas redes sociais, mas em todos os órgãos de comunicação, são as dificuldades que estão sendo acumuladas, por causa das variadas interpretações, aos fatos que estão sendo acompanhados pela população, com um interesse maior do que o comum.
A sabedoria popular já ensina que “não se faz omelete sem quebrar os ovos”. E quando o ovo é quebrado não adianta pretender recompor o ovo, deixa-lo com a casca servindo para o que antes servia, mesmo que se tenha tido todo o cuidado durante a operação da quebra.
Tem luta que não precisa ser lutada, exatamente porque o resultado não interessa para os lutadores, uma vez que eles saem perdendo, seja qual for a apuração final.
A política amapaense está assim e não foi para isso que o orçamento público destinou verbas importantes e sempre alegadas insuficientes pelos agentes públicos, responsáveis pelo gasto.
Os que serão responsabilizados pelos resultados ruins que poderão acontecer ainda não perceberam que contam com “protetores”, muito mais franco-atiradores, e que pouco ou nada se importam com o resultado.
São pessoas que se escalam para atirar ou para revidar os tiros, em uma guerra de surdos pouco se importando com as ordens de “parem com isso” do patrão – a população.
“Tocar fogo no circo” é o ditado que bem cabe no momento que vive a política e os políticos amapaenses e, o mais interessante é que tanto o circo, como tudo o que está em volta dele, é criação dos que vivem a política no dia-a-dia, imaginando que podem queimar apenas os adversários e sair ilesos e, ainda, reconhecidos.
A luta lutada dessa forma é inglória, imprópria, chega até ser indecente e irresponsável, principalmente para aqueles que se omitem – e nada dizem -, como para aqueles que dizem muito - e nada fazem.
A sabedoria técnica dividiu as responsabilidades do Estado por órgãos, mas não deixou nenhuma recomendação de que cada um faria o que quisesse e ignoraria os interesses de gestão dos outros.
O Estado é tão forte como o elo mais forte que representa cada um dos seus órgãos; e tão fraco, quando o elo mais fraco.
Imaginar que ser um elo forte é a solução para o Estado é equivocar-se duplamente: por não haver segurança para a eficácia de qualquer resultado e por não ter consistência no esforço, quando todos os órgãos têm que agir juntos como quer a população.
As brigas entre os órgãos do Estado estão ficando cada vez mais frequente. Os problemas estão cada vez mais expostos; as soluções têm, cada vez mais, dificuldades para serem encontradas.
Uma questão de lógica, em um circuito tão pequeno.

Para ser ouvido não é preciso gritar, berrar, ou espalhafatosamente jogar-se ao chão, debatendo-se. Para ser ouvido, precisa ser respeitado, honrado e ajustado aos verdadeiros interesses do Estado e de seu povo. 

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