O ELEITOR NÃO QUER A GUERRA
Rodolfo Juarez
Os
dirigentes dos órgãos do Estado (Governo do Estado, Assembleia Legislativa,
Tribunal de Justiça, Tribunal de Contas e Ministério Público), certamente, já
imaginavam que chegaria o momento de um impasse e do tamanho que têm agora.
A
decisão do ministro Ricardo Lewandowski do Supremo Tribunal Federal (STF) não
pode ser atendida de pronto pelos deputados estaduais, apesar de ser uma ordem
superior, em sede de liminar e para combater o perigo da demora, exatamente
porque ninguém se sente seguro para tomar uma decisão, até mesmos aqueles que
não dispõem de espaço para demonstrar insegurança.
Mas o
medo agora é de se colocar mais uma dose de embaraço na mistura em que foram
transformadas as instituições que precisam trabalhar, conforme a Constituição
do Estado, em harmonia, impossibilitada que está pelas condições dos dirigentes
que se dividiram em lados e guerreiam uns contras os outros, sem trégua e cada
vez mais insinuante.
Afinal
de contas as eleições se aproximam, 2014 está logo ali e ninguém quer complicar
mais a já complicada condição na qual estão sendo levadas as administrações dos
órgãos, com acusações de todos os lados e com as instituições sendo
desrespeitadas a cada momento.
Mesmo
com todos os problemas criados pelos dirigentes, ninguém fala em sair de cena
para que se crie condições para uma gestão tranquila, proativa e sem que seja
preciso se valer de armas, às vezes não tão ajustadas com as pessoas, ou pelo
menos com as atribuições que essas pessoas desempenham.
Vingança
passou a ser a atitude mais temida.
Proteção
do cargo e ao exercício da função passaram a ser as desculpas mais usada.
Enquanto
isso a população vai acumulando problemas, não só aqueles da moradia, da saúde,
da educação, da segurança, mas aqueles que têm a ver com habilidade, liderança
e competência.
A crise
só aumento e os desgastes também.
O
Estado é como um barco navegando e que precisa chegar a um porto seguro, onde
todos possam, depois dos sacrifícios e privações a que foram submetidos, dizer:
“valeu a pena!”.
Mas
ninguém quer dar o braço a torcer. Mesmo que perceba que corre o risco de ter o
pescoço torcido.
Ao
contrário querem, se puder, encontrar motivos, justificativas e desculpas para
torcer, ainda mais, o braço daqueles com os quais deveria estar de mãos dadas,
exatamente como prometeram, pois, é assim que manda a regra e o povo espera que
seja.
Os que
pensam que estão de fora e têm responsabilidades com a situação e que apenas
observando a tormenta por qual passa o Estado e, além isso, torce para que a
ventania se transforme em temporal, seja contribuindo nesse sentido ou
procurando ficar alheio ao que acontece como se nada tivesse a ver com isso,
estão enganados porque o povo está vendo, o eleitor está anotando.
Não foi
a toa que ele passou cinco ou seis horas na fila do cadastramento biométrico.
Ele foi para lá porque percebeu que precisa votar e, com o voto, buscar a paz
para o Estado.
Todos
os que brigam devem chegar cansado ao porto ou querendo correr para o mato,
para não ser pego pelas artimanhas da política.
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