PAGOS E BEM PAGOS
Rodolfo Juarez
O ponto
de vista, defendido pelas autoridades da segurança pública, indica que a regra
geral é do “defenda-se como puder”.
No
momento em que as autoridades, que têm a atribuição de zelar pela segurança de
qualquer um da população, apelam para conselhos que dependem dos contribuintes,
esse é o instante de parar, refletir e descobrir quais os meios que temos que
produzir para a autodefesa.
Tornou-se
comum os conselhos daqueles que deveriam garantir a segurança de todos, para
que as pessoas não façam isso e não façam aquilo. E não é uma questão isolada,
parece mesmo que se trata de uma estratégia do sistema de defesa social, como
que informando para que todos escolham a melhor maneira de defesa ou proteção
individual ou familiar, porque o aparato de segurança que é pago, fica para as
grandes operações, intimidar as manifestações e proteger os figurões, mesmo que
algumas sejam frustradas.
Noutros
tempos – e não faz tanto tempo assim – as pessoas iam para os logradouros
públicos usar os seus equipamentos eletrônicos. Até mesmo o setor público, logo
no começo de 2011, divulgou que algumas praças disponibilizavam a internet para
aqueles que quisessem acessá-la ali, nas praças.
Nos
tempos atuais, as autoridades da segurança, dizem que usar a internet nas
praças, seja qual for essa praça e seja qual for o equipamento, é um perigo e o
mesmo que foi incentivado a fazer isso, agora é orientado, veementemente, para
que “não use” qualquer equipamento eletrônico nos lugares públicos de Macapá.
As autoridades classificam o comportamento como “ostentação”.
E
porque não usar os equipamentos?
Exatamente
porque as autoridades da segurança não garantem o direito que as regras da
República dão ao cidadão.
Além de
tudo isso indica que, ou o sistema fracassou na forma que está, ou os
responsáveis pelo sistema, entenderam que não têm condições de corrigir esse
erro de estratégia gerencial. Sim, um erro gerencial que está dando
oportunidade ao crime.
Macapá
está assim: ou mal interpretada pelo seu sistema de defesa social; ou
abandonada pelos que estão com a incumbência de fazer funcionar a operação que
seja de interesse de todos, dando a cada um a oportunidade de aproveitar as
belezas que Papai do Céu deu para todos nós.
Tomara
que essa ideia não dure por muito tempo e que os atuais responsáveis encontrem,
logo, uma fórmula para garantir, a cada um, a sua liberdade e a segurança, sem
estar sobressaltado ou entendendo que caminha para um túnel sem fim e que sabe
que vai encontrar muitos problemas dentro dele.
Uma
hora haverão de descobrir que colocando lâmpadas nos postes das praças e
deixando-as acesas, a situação melhora; que deixando, efetivamente,
policiamento adequado e presente nos locais onde tem gente que só quer ter a garantia
do seu lazer, tudo pode mudar.
Mas
enquanto isso, seguir o “conselho” das “preocupadas” autoridades é o que estão
deixando para cada um, muito embora não seja para isso que são pagos, e bem
pagos.
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