sábado, 21 de dezembro de 2013

O trem da história

Rodolfo Juarez
O ano das eleições regionais, que parecia longe, está às portas. Daqui há dez dias começa. E com ele começa, pra valer, a disputa entre a situação e a oposição. Cada qual usando as armas que tem, mas todos, sabendo que o segredo não está na quantidade de armas, mas na qualidade e eficiência de cada uma delas.
Até agora o que se viu foi uma série de desafios, fundados em chamamentos para disputas antecipadas, como se isso fosse o importante para quem quer que seja.
Além de não estar no tempo, é impossível contar com os elementos que dão estrutura às afirmações que são feitas. As chances de errar são muitas e o que errar agora ficará arrependido, pois, já deitou pelo caminho: ou pelo cansaço ou, simplesmente pela perda das forças que imaginava ter e que descobriu não ter mais.
O nível da disputa direta entre oposição e situação, aqui no Amapá, pode indicar várias saídas para os litigantes e uma entrada para a terceira via, que se conseguir, virá fortalecida e navegando em ventos favoráveis.
As intenções do eleitor demonstrada nas pesquisas, locais ou nacionais, chegam a assustar as lideranças da oposição e da situação, pelo magro volume de representantes que se aderiram àquelas frentes de disputa.
Até agora o flanco das duas correntes está completamente aberto, permitindo que a terceira via – venha ela por onde vier -, depende apenas dela para avançar e superar os que estão na acirrada guerra de ataques e contra-ataques.
Na linha de frente da situação atual, comandada pelo PSB, as estratégias são as mesmas, conhecidas dos adversários e da massa eleitoral; na oposição, que ainda não formatou uma liderança partidária, divide a frene, em várias cabeças, prejudicando a unidade do pensamento e dependendo de situações futuras que não podem, sequer, ser prevista com segurança.
A aceitação de algumas lideranças da oposição pelo eleitorado local está fazendo com que a situação lance mão da pá suja de 2010, que é perigosa porque, até agora ainda não foi bem definido qual a origem da sujeira e não é um bastão suficientemente forte para sustentar as tensões que virão sobre a própria situação.
Se a tendência continuar da forma que se mostra neste final de ano, a campanha que começa em julho, tudo indica que será realizada em um nível que não interessa ao futuro da população e, em sendo assim, aumenta-se a chance da terceira via.
Não se pode dizer que qualquer dos lados tem gordura para queimar. Ao contrário, todos os lados, inclusive os que estão esperando os flancos para entrar na briga, precisam entrar em um sistema de engorda para ser o escolhido pelo eleitor que, recentemente, submeteu-se a um cadastramento biométrico.
A campanha, quando legal, tem dificuldades para atingir as suas metas, imaginem a campanha eleitoral fora de hora, contra as regras, subalterna e cheia de disfarces. Essa proposta, além de arriscada pode aumentar o desgaste em níveis superiores às conquistas.
A situação ainda não perdeu muitas das suas forças, porque a oposição tem se mostrado incompetente nas suas medidas. Algumas delas bizarras e que os fiscais sociais não precisam nem se aprofundar no estudo das regras para enquadrar as ações como ilegais e impedi-las de continuar, em um desgaste desnecessário, na mesma linha que tem costurado alguns dos rasgos da situação.
A campanha eleitoral de 2014 será uma daquelas que exigirá, além do arrojo costumeiro dos candidatos, um mínimo de medidas inteligentes e que possam mostrar para o eleitor que há chance para que o novo se imponha e encubra a velha maneira de fazer campanha.

O trem da história política, da mesma maneira que leva os passageiros para os seus destinos – as vitórias -, também os deixa pelo meio do caminho, sem rumo e sem sucesso, com suas derrotas.

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