domingo, 29 de dezembro de 2013

O cobertor é curto

Rodolfo Juarez
Este é um domingo de muitas reflexões por parte dos agentes públicos, afinal é o último domingo do ano e, daqui a dois dias todos nós estaremos dando de cara com o ano de 2014, com todas as suas exigências e as avaliações da população.
Um ano de eleição é sempre diferente.
Os prazos são todos mais curtos e a impressão é que o ano encolhe ou o tempo passa mais rápido.
O primeiro trimestre de um ano de eleição é para cálculos, convencimentos e muito trabalho. Os partidos políticos, ou os seus dirigentes, estão aceitando tudo, desde que garanta que os mandatos que detém sejam mantidos.
Um cobertor curto que não dá para proteger o corpo todo: ou ficam os pés de fora para encobrir a cabeça ou a cabeça de fora, para encobrir os pés. São raras as situações em que o tamanho da coberta se ajusta conforme a exigência do corpo, no caso o partido político.
E este ano a situação vai ser de acomodação. Grande parte dos políticos e dos dirigentes partidários está na expectativa para ver como a direção do PSB pretende fazer as composições.
No governo desde 2010, vai, desta feita busca a reeleição do governador do partido, mas que também é filho do presidente e vai ter, junto com ele, a própria mãe, buscando renovação do mandato de deputada federal.
Montar essa equação para ter resultados possíveis e não tão complicados para serem encontrados, será o desafio da direção do partido e também das principais incógnitas, para que a vontade de ganhar não seja maior do que a possibilidade, muito embora seja inevitável o entrelaçamento dos interesses pessoais e das campanhas.
O problema começa sedo demais. Já em fevereiro os deputados licenciados terão que retomar os seus lugares, cancelando as licenças e ocupando as cadeiras que estão aquecidas por suplentes que foram apascentados com a troca de apoio pela própria vaga na Assembleia.
O problema é que para a volta dos deputados do PSB, os suplentes do PT terão que deixar as cadeiras. O ânimo desse momento é que vai deixar muitos governistas com dor de cabeça, afinal de contas o Partido dos Trabalhadores, mesmo dividido no apoio, é decisivo na composição que pode viabilizar a reeleição do governador.
Mas essa é só a primeira parte, pois ainda terá que encontrar os nomes que vão administrar três importantes secretarias de estado: a da Administração, a dos Transportes e a da Agricultura, onde estão, respectivamente, os deputados Agnaldo Balieiro (PSB), Bruno Mineiro (PT do B) e Cristina Almeida (PSB).
Essa questão precisa estar resolvida até o dia 4 de abril, dai em diante é que os partidos irão cuidar de alianças, medir as possibilidades de eleição dos candidatos, primeiro em número, depois em nome. E se não confirmar o nome é claro que, a priori, não interessa para o partido.
Março abril e maio são três meses importantíssimos, pois todos os arranjos para as coligações deverão estar definidos nesse período, uma vez que em junho acontecem as convenções para que os pedidos de registros sejam feitos nos seis primeiros dias de julho, isso às vésperas das semifinais da Copa do Mundo, aqui no Brasil.
Por isso que não há espaço para devanear. Todo o tempo dos agentes públicos estará preenchido com a atenção aos detalhes, pois, são esses detalhes que definem o mandato dos próximos 4 anos. A não ser no caso da eleição para o Senado, com uma vaga e tendo como um dos seus disputantes o senador Sarney, que é por oito anos.

Então será mesmo um começo de ano bastante apertado para os políticos e tomara que sobre um tempinho para ser dedicado à Administração do Estado, que no último ano de mandato é recheado de exigências legais que, se não cumpridas, podem reder complicações para os infratores daquelas regras.

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