terça-feira, 10 de dezembro de 2013

Os dois cenários: o real e o virtual

Rodolfo Juarez
Ver o lado negativo das coisas passou a ser a principal ocupação de diversas pessoas de variados setores da sociedade daqui, por mais que se saiba que esse é um caminho difícil, sem bons resultados e que nivela a discussão muito por baixo.
Esse modelo passou a ser o preferido de muita gente, alguns até com bom conhecimento e preparo que demonstram ter certeza de que é um bom caminho para intimidar alguns, e ser referências para outros.
Os resultados desconstrutivos não têm inibido nem mesmo aqueles que não estão colhendo frutos, embora envenenados, e que ainda não tiveram a oportunidade de experimentar ou, se tiveram, não chegaram a ser afetado o suficiente para modificar os procedimentos.
Essa regra, apesar de não transformar a verdade em mentira, provoca estragos e desentendimentos que influenciam, diretamente, na eficácia e na velocidade das soluções que tanto são esperadas pela população.
Os homens públicos são os principais afetados por esse modelo e, também, os seus principais incentivadores. Na esteira do modelo, e provavelmente, por condições de cenário, tem uma parcela da imprensa ou de pessoas ligadas a ela, que encontra no modelo uma forma de obter recompensa pelo que faz e, até, pelo que deixa de fazer ou simplesmente se omite.
Empresas concessionárias de emissoras de rádio e televisão chegam a ser contratadas para divulgar as mídias oficiais, seja através de anúncios contidos nas grades de programação da emissora, ou com cessão de horários para que os “emissários” realizem a demonstração da face suja da moeda do adversário efetivo ou escolhido, e lustre a face daqueles que “presta essa cortesia”.
Um negócio que nunca pode dar certo, pois, tem como base principal, supervalorizar as ações do aliado e desvalorizar o empenho do adversário, nem que para isso, pontos importantes, tanto da verdade como da mentira, sejam esquecidos.
Enquanto isso os poucos responsáveis por empresas de comunicação que percebem a necessidade de ficar como interprete da sociedade enfrentam dificuldades que precisam ser debeladas.
Mesmo aqueles que preferem a desculpa de que precisa garantir a sobrevivência da empresa, também sabem da sazonalidade da adesão e, sabendo que terão problemas em futuro próximo, se abastecem o suficiente para garantir condições para enfrentar os futuros “mares revoltos” que terão que enfrenar na viagem do dia seguinte.
Não é diferente na imprensa escrita, principalmente quando decide controlar, de verdade, a linha editorial do veículo, com isso registrando fatos considerados “não agradáveis” para o “rei e seus súditos diretos” passando, devido essa tomada de decisão, a ser considerado como adversário deste, e aliado daquele.
A partir dai o Estado vê-se levado a reservar nos orçamentos dos seus órgãos, significativas parcelas de recursos para a divulgação dos atos de cada um desses órgãos e contratar empresas especializadas em realizar peças publicitárias capazes de desviar a atenção do contribuinte para outras dobras do setor público.
A novidade é apenas do novo crítico da destinação do recurso público: aqueles que antes achavam muito, agora não fala nada; e o que não falava nada, passa a achar um exagero, isso sem contar com aqueles que sempre escolhem ficar do lado do “rei”, seja ele quem for.

São criados, dessa forma, dois cenários, um real e outro virtual: O virtual para a manutenção dos marqueteiros e a imagem do “rei”; e outro real, onde convive o povo e os seus problemas. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário