Rodolfo Juarez
Ver o
lado negativo das coisas passou a ser a principal ocupação de diversas pessoas
de variados setores da sociedade daqui, por mais que se saiba que esse é um
caminho difícil, sem bons resultados e que nivela a discussão muito por baixo.
Esse
modelo passou a ser o preferido de muita gente, alguns até com bom conhecimento
e preparo que demonstram ter certeza de que é um bom caminho para intimidar
alguns, e ser referências para outros.
Os resultados
desconstrutivos não têm inibido nem mesmo aqueles que não estão colhendo
frutos, embora envenenados, e que ainda não tiveram a oportunidade de
experimentar ou, se tiveram, não chegaram a ser afetado o suficiente para
modificar os procedimentos.
Essa
regra, apesar de não transformar a verdade em mentira, provoca estragos e
desentendimentos que influenciam, diretamente, na eficácia e na velocidade das
soluções que tanto são esperadas pela população.
Os
homens públicos são os principais afetados por esse modelo e, também, os seus
principais incentivadores. Na esteira do modelo, e provavelmente, por condições
de cenário, tem uma parcela da imprensa ou de pessoas ligadas a ela, que
encontra no modelo uma forma de obter recompensa pelo que faz e, até, pelo que
deixa de fazer ou simplesmente se omite.
Empresas
concessionárias de emissoras de rádio e televisão chegam a ser contratadas para
divulgar as mídias oficiais, seja através de anúncios contidos nas grades de
programação da emissora, ou com cessão de horários para que os “emissários”
realizem a demonstração da face suja da moeda do adversário efetivo ou
escolhido, e lustre a face daqueles que “presta essa cortesia”.
Um
negócio que nunca pode dar certo, pois, tem como base principal, supervalorizar
as ações do aliado e desvalorizar o empenho do adversário, nem que para isso,
pontos importantes, tanto da verdade como da mentira, sejam esquecidos.
Enquanto
isso os poucos responsáveis por empresas de comunicação que percebem a
necessidade de ficar como interprete da sociedade enfrentam dificuldades que
precisam ser debeladas.
Mesmo
aqueles que preferem a desculpa de que precisa garantir a sobrevivência da
empresa, também sabem da sazonalidade da adesão e, sabendo que terão problemas
em futuro próximo, se abastecem o suficiente para garantir condições para
enfrentar os futuros “mares revoltos” que terão que enfrenar na viagem do dia
seguinte.
Não é
diferente na imprensa escrita, principalmente quando decide controlar, de
verdade, a linha editorial do veículo, com isso registrando fatos considerados
“não agradáveis” para o “rei e seus súditos diretos” passando, devido essa
tomada de decisão, a ser considerado como adversário deste, e aliado daquele.
A
partir dai o Estado vê-se levado a reservar nos orçamentos dos seus órgãos,
significativas parcelas de recursos para a divulgação dos atos de cada um
desses órgãos e contratar empresas especializadas em realizar peças
publicitárias capazes de desviar a atenção do contribuinte para outras dobras
do setor público.
A novidade
é apenas do novo crítico da destinação do recurso público: aqueles que antes
achavam muito, agora não fala nada; e o que não falava nada, passa a achar um
exagero, isso sem contar com aqueles que sempre escolhem ficar do lado do
“rei”, seja ele quem for.
São
criados, dessa forma, dois cenários, um real e outro virtual: O virtual para a
manutenção dos marqueteiros e a imagem do “rei”; e outro real, onde convive o
povo e os seus problemas.
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