terça-feira, 31 de dezembro de 2013

2013: ano difícil

Rodolfo Juarez
Neste final de ano tive a oportunidade de conversar com o governador Camilo Capiberibe, que apesar de esforçar-se para se mostrar satisfeito com os resultados que obteve em 2013 e nos dois anos anteriores, deixa transparecer muitas preocupações com relação às dificuldades administrativas que enfrentou e sabe que vai continuar enfrentando em 2014.
Tem uma visível preocupação em assumir a responsabilidade pelo que não foi feito e, naturalmente, pelo que foi feito, respondendo as perguntas, todas elas, na primeira pessoa, reflexo da proteção que resolveu dar aos seus auxiliares mais diretos.
As regras políticas e as punições que o seu partido, o PSB, já acumula pelo entendimento que os fiscais eleitorais têm tido de propaganda antecipada em algumas peças da mídia de divulgação do governo, também são fatores que inibem a ação que é proposta pelos marqueteiros.
Aliás, os marqueteiros da atual gestão não acertaram a mosca em nenhuma peça publicitária que orientaram a construção da divulgação do governo, tanto que os resultados não foram capazes de amenizar a rejeição tanto do Governo, como a pessoal do governador.
Além disso, ainda foram criadas algumas cunhas publicitárias que morreram no nascedouro como, por exemplo, aquela do “caladinho-caladinho” que deu oportunidade para críticas da oposição e, de certa forma, a manutenção da rejeição indesejada que carregou durante todo o ano de 2013.
Houve facilidade de vinculação de algumas manifestações populares, ditas independentes, com a administração publica estadual, quando alguns assessores mais descuidados, declararam apoio àqueles movimentos, passando para a população o entendimento que agia com mão invisível e incentivava atos públicos que, se espontâneos, poderiam fazer a diferença, mas, se vinculados, principalmente ao Governo, acabaria perdendo o valor e funcionando como um ato político-partidário, que têm tempo próprio e momento de oportunidade para serem realizadas.
As circunstâncias acabaram levando a administração estadual a “bater espalhado” não focando em um objetivo modificador, a não ser aqueles difíceis de serem visualizado pela população e que nasce e se encerra nas atividades como, por exemplo, na melhoria de atendimento ao público.
A entrega das obras - todas elas - foi um episódio a parte para a população e, certamente, para o Governo.
Não é agradável para ninguém, muito menos para o executor de uma obra, marcar a data da inauguração ou da entrega e, chegado o dia marcado, não se confirmar. A desconfiança é o primeiro valor que é vinculado ao gestor.
E foram muitas, quase todas, as obras que tiveram data marcada para serem entregues e que foram desobedecidas, deixando transparecer que as empresas contratadas não apresentam cronogramas para serem seguidos ou a fiscalização não se apega ao cronograma como instrumento técnico, que salvaguarda os interesses políticos dos agentes públicos que dependem do voto.
O ano de 2013 não foi um período no qual o governo foi aprovado. Os resultados que tomam por base o princípio da eficiência na gestão pública do Estado foram muito fracos, mas, podem ser um período de aprendizado da própria gestão.

Resta saber se a população e, principalmente os eleitores, vão ser convencidos e aceitar os resultados que foram alcançados.

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