Rodolfo Juarez
Esta
semana é decisiva para a administração do Estado em 2014. No dia 22 de
dezembro, domingo, os deputados estaduais saem de férias, mas antes terão que
votar e aprovar o projeto do Orçamento Anual para o Estado do Amapá, elaborado
pelo Executivo, enviado com mensagem ao Legislativo, para que seja discutido
conforme os interesses da população.
Oficialmente,
desde o dia 30 de setembro o projeto se encontra com os deputados estaduais que
tem a atribuição não só de conhecer a proposta do governo, mas verificar se
está de acordo com o proposto para o desenvolvimento do Estado e as
necessidades da população.
Nem o
Executivo e muito menos o Legislativo têm a cultura de discutir com o “patrão”
– o povo -, pagador dos tributos, para saber o que ele quer que faça com o rico
dinheirinho que paga de forma direta ou indireta, todos os dias para encher de
leite as tetas dos governos.
No caso
do Amapá, um estado ainda procurando definir a melhor estratégia para o
desenvolvimento local, a Lei do Orçamento Anual – LOA é o principal instrumento
para se valer e dar um rumo para o Estado.
São
mais de 5 bilhões de reais que serão distribuídos pelos órgãos do Estado
(Governo, Assembleia, Tribunal de Justiça, Ministério Público e Tribunal de
Contas do Estado) e na intimidade de cada um desses órgãos, todos públicos,
distribuídos pelas rubricas de gastos com material de consumo, material
permanente, serviços e investimentos.
É uma
lei temporária – só vale até o dia 31 de dezembro de 2014 – e que tem regras
especiais de gastos para aquele ano, por se tratar do último ano do atual
mandato do governador do Estado.
Essas
indicações além de despertarem a importância da Lei e a dimensão do alcance
dela, demonstram, de forma clara, que é preciso que, para ser eficaz o gasto,
como manda a Constituição Federal, precisaria que os finalizadores do projeto
contassem com as informações das pessoas e das famílias; das empresas e das
organizações; dos sindicatos e das associações; afinal de todos aqueles que
pudessem contribuir para aprimorar o sistema e organizar os gastos.
Essa
prática, entretanto, não é a realidade oferecida pelo Legislativo, como também
já não foi prioridade para o Executivo. Aquele porque não dá a chance que a lei
possibilita, mandando que o projeto chegue 80 dias antes do dia da votação;
este, porque imaginam que sabem tudo e que estão ali já apresentando a palavra
final, como se lá estivessem os interesses de todos, conforme todos querem.
Essa
conjuntura não vem dando certo desde o começo, quando não são definidos os
recursos para cobrir os aumentos dos funcionários públicos que, não raro, logo
no primeiro quadrimestre as ameaças de greve por falta do aumento ou reposição
salarial por não estar previsto no orçamento.
Também
não vem dando certo porque, basta mudar o responsável pelo acompanhamento da
execução orçamentária, como aconteceu este semestre no Governo do Estado,
quando o secretário de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão foi mudado,
para que se observe que o orçamento precisa de muitos ajustes.
Nem
mesmo a coluna da Receita Estimada está imune.
Agora
mesmo o atual secretário de Planejamento está adiantando que é preciso emendar
a lei porque a previsão não se confirmou. E já estamos em dezembro, no segundo
terço de dezembro, quando uma das 36 cotas parte do Fundo de Participação dos
Estados, a 35ª (são três por mês), “cai” na conta do Governo.
Enquanto
isso o projeto de 2014 espera em uma das salas da Assembleia, que os dias
passem, com a torcida de que nenhum se interesse pela discussão e nenhum
sindicato queira saber do que consta o orçamento.
Sabe
quem gosta muito disso?
Os
deputados estaduais.
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