Rodolfo Juarez
Neste
final de ano tive a oportunidade de conversar com o governador Camilo
Capiberibe, que apesar de esforçar-se para se mostrar satisfeito com os
resultados que obteve em 2013 e nos dois anos anteriores, deixa transparecer
muitas preocupações com relação às dificuldades administrativas que enfrentou e
sabe que vai continuar enfrentando em 2014.
Tem uma
visível preocupação em assumir a responsabilidade pelo que não foi feito e,
naturalmente, pelo que foi feito, respondendo as perguntas, todas elas, na
primeira pessoa, reflexo da proteção que resolveu dar aos seus auxiliares mais
diretos.
As
regras políticas e as punições que o seu partido, o PSB, já acumula pelo
entendimento que os fiscais eleitorais têm tido de propaganda antecipada em
algumas peças da mídia de divulgação do governo, também são fatores que inibem
a ação que é proposta pelos marqueteiros.
Aliás,
os marqueteiros da atual gestão não acertaram a mosca em nenhuma peça
publicitária que orientaram a construção da divulgação do governo, tanto que os
resultados não foram capazes de amenizar a rejeição tanto do Governo, como a
pessoal do governador.
Além
disso, ainda foram criadas algumas cunhas publicitárias que morreram no
nascedouro como, por exemplo, aquela do “caladinho-caladinho” que deu
oportunidade para críticas da oposição e, de certa forma, a manutenção da
rejeição indesejada que carregou durante todo o ano de 2013.
Houve
facilidade de vinculação de algumas manifestações populares, ditas
independentes, com a administração publica estadual, quando alguns assessores
mais descuidados, declararam apoio àqueles movimentos, passando para a
população o entendimento que agia com mão invisível e incentivava atos públicos
que, se espontâneos, poderiam fazer a diferença, mas, se vinculados,
principalmente ao Governo, acabaria perdendo o valor e funcionando como um ato
político-partidário, que têm tempo próprio e momento de oportunidade para serem
realizadas.
As
circunstâncias acabaram levando a administração estadual a “bater espalhado”
não focando em um objetivo modificador, a não ser aqueles difíceis de serem
visualizado pela população e que nasce e se encerra nas atividades como, por
exemplo, na melhoria de atendimento ao público.
A
entrega das obras - todas elas - foi um episódio a parte para a população e,
certamente, para o Governo.
Não é
agradável para ninguém, muito menos para o executor de uma obra, marcar a data
da inauguração ou da entrega e, chegado o dia marcado, não se confirmar. A desconfiança
é o primeiro valor que é vinculado ao gestor.
E foram
muitas, quase todas, as obras que tiveram data marcada para serem entregues e
que foram desobedecidas, deixando transparecer que as empresas contratadas não
apresentam cronogramas para serem seguidos ou a fiscalização não se apega ao
cronograma como instrumento técnico, que salvaguarda os interesses políticos
dos agentes públicos que dependem do voto.
O ano
de 2013 não foi um período no qual o governo foi aprovado. Os resultados que
tomam por base o princípio da eficiência na gestão pública do Estado foram
muito fracos, mas, podem ser um período de aprendizado da própria gestão.
Resta
saber se a população e, principalmente os eleitores, vão ser convencidos e
aceitar os resultados que foram alcançados.