domingo, 19 de janeiro de 2014

Alguns problemas do candidato Camilo

Rodolfo Juarez
Sempre aos domingos é bom parar um pouco para analisar o quadro político local e nacional. Afinal de contas muito do que pode acontecer no Amapá está diretamente relacionado com as definições política que serão conhecidas no dia 5 de outubro, quando da realização do primeiro turno de votação e no dia 26 de outubro quando da realização do segundo turno que irá definir quem é o governador do Estado para os próximos 4 anos.
A roda da democracia, ou do sistema que está implantado no Brasil, nos dá essas oportunidades para votar, mas antes de analisar e até de declarar o que estamos vendo a cada dia, mesmo antes da eleição, exatamente nos momentos em que são feitos os conchavos políticos e assumidos os compromissos para a campanha e para a gestão, se define boa parte do futuro governo.
O governador Camilo, natural candidato à reeleição o cargo de Governador do Estado, tem contra ele além do desgaste natural pelo que não fez no atual mandato, o encargo de ter que explicar, para aliados e para os eleitores, o fato de ter ainda que apoiar a sua mãe, a atual deputada federal Janete Capiberibe, que virá para tentar mais um mandato e com grandes chances de ser bem votada e renovar o mandato.
Essa situação é muito delicada para o governador Camilo. Primeiro porque sabe que precisa levar em consideração esse fator; depois porque sabe também que ela tem mais chances de confirmar a reeleição do que ele.
Como o candidato Camilo vai trabalhar essa situação em sua cabeça? Ainda mais sabendo que irá perder importantes aliados, quando olhar para as eleições proporcionais, exatamente porque não pode oferecer o guarda-voto do seu partido que estará primeiro querendo garantir a volta da sua importante filiada e, depois, tendo que compensá-la com atenção, pois, foi ela que deu toda a sua atenção desde quando o governador era um bebê.
Mas serão questões e circunstâncias que terão que ser carregadas pelo candidato Camilo durante toda a campanha e se esforçando para garantir a presença no segundo turno, quando, ai sim, terá condições de contar, de forma mais liberada, com o apoio de Janete Capiberibe, já neste momento livre da campanha.
Durante a campanha ainda terá que olhar para cima, onde invariavelmente se coloca o seu pai, o senador João Capiberibe, que, apesar de não estar disputando a eleição, vai ser um dos que mais vai influenciar na campanha. Será o presidente do partido durante a campanha e o senador o pai do candidato.
E ainda tem alguns ingredientes que terão que ser considerados, uma vez que conhecendo a dedicação do senador à política e as conquistas que já teve nas disputas que empreendeu no Amapá, vem com toda a aura de saber definir os caminhos da campanha, juntamente com um grupo de pessoas que o acompanha muito antes daqueles que hoje acompanham o filho.
Ignorar que uma parte da rejeição do governador Camilo e do próprio politico Camilo vem dos seus pais é fechar os olhos para uma realidade. Se os três entenderem isso ficará mais fácil cuidar para que isso não seja decisivo na campanha, mas se não entender diferente, é bem provável que isso também seja apontado como a causa de uma revés.
Os adversários, atentos a tudo, estão prontos para encontrar o melhor mote para usar no combate ao adversário. E se descobrirem que há brechas maiores então, os adversários atacarão utilizando o flanco onde estão essas brechas.
O espectro da campanha só se define na própria campanha, mas é preciso estar preparado para que não ser surpreendido pelas descobertas do adversário antes das providências dos candidatos.

Isso é apenas um lado desse poliedro político indefinido. 

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