Rodolfo Juarez
Sempre
aos domingos é bom parar um pouco para analisar o quadro político local e
nacional. Afinal de contas muito do que pode acontecer no Amapá está
diretamente relacionado com as definições política que serão conhecidas no dia
5 de outubro, quando da realização do primeiro turno de votação e no dia 26 de
outubro quando da realização do segundo turno que irá definir quem é o
governador do Estado para os próximos 4 anos.
A roda
da democracia, ou do sistema que está implantado no Brasil, nos dá essas oportunidades
para votar, mas antes de analisar e até de declarar o que estamos vendo a cada
dia, mesmo antes da eleição, exatamente nos momentos em que são feitos os
conchavos políticos e assumidos os compromissos para a campanha e para a
gestão, se define boa parte do futuro governo.
O
governador Camilo, natural candidato à reeleição o cargo de Governador do
Estado, tem contra ele além do desgaste natural pelo que não fez no atual mandato,
o encargo de ter que explicar, para aliados e para os eleitores, o fato de ter
ainda que apoiar a sua mãe, a atual deputada federal Janete Capiberibe, que
virá para tentar mais um mandato e com grandes chances de ser bem votada e
renovar o mandato.
Essa
situação é muito delicada para o governador Camilo. Primeiro porque sabe que
precisa levar em consideração esse fator; depois porque sabe também que ela tem
mais chances de confirmar a reeleição do que ele.
Como o
candidato Camilo vai trabalhar essa situação em sua cabeça? Ainda mais sabendo
que irá perder importantes aliados, quando olhar para as eleições
proporcionais, exatamente porque não pode oferecer o guarda-voto do seu partido
que estará primeiro querendo garantir a volta da sua importante filiada e,
depois, tendo que compensá-la com atenção, pois, foi ela que deu toda a sua
atenção desde quando o governador era um bebê.
Mas
serão questões e circunstâncias que terão que ser carregadas pelo candidato
Camilo durante toda a campanha e se esforçando para garantir a presença no
segundo turno, quando, ai sim, terá condições de contar, de forma mais
liberada, com o apoio de Janete Capiberibe, já neste momento livre da campanha.
Durante
a campanha ainda terá que olhar para cima, onde invariavelmente se coloca o seu
pai, o senador João Capiberibe, que, apesar de não estar disputando a eleição,
vai ser um dos que mais vai influenciar na campanha. Será o presidente do
partido durante a campanha e o senador o pai do candidato.
E ainda
tem alguns ingredientes que terão que ser considerados, uma vez que conhecendo
a dedicação do senador à política e as conquistas que já teve nas disputas que
empreendeu no Amapá, vem com toda a aura de saber definir os caminhos da
campanha, juntamente com um grupo de pessoas que o acompanha muito antes
daqueles que hoje acompanham o filho.
Ignorar
que uma parte da rejeição do governador Camilo e do próprio politico Camilo vem
dos seus pais é fechar os olhos para uma realidade. Se os três entenderem isso ficará
mais fácil cuidar para que isso não seja decisivo na campanha, mas se não
entender diferente, é bem provável que isso também seja apontado como a causa
de uma revés.
Os
adversários, atentos a tudo, estão prontos para encontrar o melhor mote para
usar no combate ao adversário. E se descobrirem que há brechas maiores então, os
adversários atacarão utilizando o flanco onde estão essas brechas.
O
espectro da campanha só se define na própria campanha, mas é preciso estar
preparado para que não ser surpreendido pelas descobertas do adversário antes
das providências dos candidatos.
Isso é
apenas um lado desse poliedro político indefinido.
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